A temporada 2025/26 do Los Angeles Clippers está longe das expectativas criadas após um desempenho promissor no ano anterior. No último campeonato, a equipe terminou em quinto lugar na Conferência Oeste, conquistando 50 vitórias e ficando apenas uma partida de avançar na primeira rodada dos playoffs, enfrentando o Denver Nuggets.
Com a volta saudável do jogador estrela Kawhi Leonard, a manutenção da base do time e a chegada de veteranos experientes, esperava-se que os Clippers fizessem progressos. No entanto, a realidade tem sido bastante diferente. Até agora, a equipe acumula apenas oito vitórias em 30 jogos e ocupa uma das últimas posições da Conferência Oeste, evidenciando problemas estruturais sérios.
Os reforços desejados pela diretoria não têm apresentado resultados. O objetivo era cercar Leonard e James Harden com jogadores experientes capazes de agregar valor. Mas isso não ocorreu. Embora Norman Powell tenha deixado a equipe, o potencial ainda estava presente. Chris Paul, trazido para ser uma liderança e estabilizar o ataque nos momentos em que Harden não estava em quadra, foi demitido durante uma viagem a Atlanta após desavenças com o técnico. Esta situação reflete a falta de clareza na direção do time.
Bradley Beal, outro armador esperado para suprir a ausência de Powell, começou a temporada de forma desastrosa. Ele não apenas perdeu sua posição como titular, mas também se lesionou, fraturando o quadril, o que o deixou fora da temporada. Brook Lopez, que deveria ser uma opção sólida defensiva ao lado de Ivica Zubac, tem sido utilizado de forma irregular e não tem contribuído efetivamente.
Esses problemas resultam em um time envelhecido e com poucas opções táticas depois que o plano inicial falha, o que acontece com frequência. Além disso, a equipe tem demonstrado falhas de identidade em seu jogo. O ataque tem se mostrado estático e previsível, dependente de jogadas individuais, uma questão que já existia na temporada anterior e que piorou. Tanto Harden quanto Leonard têm centralizado as decisões, com poucos passes circulando entre os jogadores, fazendo dos Clippers a segunda equipe com menos assistências por jogo na NBA.
Defensivamente, a situação é alarmante. Com Harden, Leonard e outros jogadores, os Clippers ocupam a segunda pior posição da liga em transições defensivas, permitindo mais de 1,2 pontos por posse de bola em transições, uma estatística preocupante. Apenas o Washington Wizards apresenta números piores.
Quando os jogos estão apertados, a fragilidade emocional do grupo se torna evidente. Nos últimos momentos de partidas decididas por cinco pontos ou menos, os Clippers têm o pior desempenho da NBA, vencendo apenas duas das doze partidas dessa natureza.
A situação se torna ainda mais crítica porque os Clippers não têm controle sobre seu próprio futuro. A escolha de draft de 2026 pertence ao Oklahoma City Thunder, o que aumenta a gravidade da situação. O Thunder, atual campeão, é um time em ascensão, com jogadores jovens e talentosos como Shai Gilgeous-Alexander e Jalen Williams, além de uma coleção de escolhas de draft rara no cenário da liga.
Se os Clippers continuarem a ter um desempenho tão ruim, existe uma chance real de que eles entreguem uma escolha de draft muito alta, possivelmente até a primeira escolha, ao Thunder. Este cenário é preocupante, já que o draft de 2026 é visto como um dos mais promissores da história.
A troca de Paul George, efetuada em 2019 para atrair Kawhi Leonard, pode se tornar ainda mais onerosa. Essa transação já proporcionou ao Thunder talentos como Gilgeous-Alexander e escolhas cruciais. Se essa troca resultar em mais uma escolha de topo em 2026, ela poderia ser considerada uma das mais desequilibradas da história da NBA. O fracasso atual dos Clippers não é apenas um problema interno, mas pode influenciar o futuro do Thunder, transformando sua trajetória em uma superpotência.
