O caminho para perder peso muitas vezes está repleto de promessas que não se concretizam. Entre as sugestões populares nas redes sociais, destaca-se a prática de comer apenas uma vez por dia, conhecida pela sigla em inglês OMAD (One Meal a Day, ou “uma refeição por dia”). Essa abordagem é uma forma extrema do jejum intermitente, onde a pessoa busca emagrecer e queimar gordura ao jejuar por 23 horas, fazendo todas as suas refeições em uma única ocasião.
Embora a ideia de emagrecer com essa técnica seja atraente, é essencial lembrar que seguir a OMAD exige cuidados e deve sempre contar com acompanhamento profissional. A iniciativa não deve ser feita de forma isolada, pois pode trazer riscos à saúde.
Emagrece Mesmo?
A prática do OMAD pode levar algumas pessoas a perceberem uma perda de peso, mas isso está mais relacionado a uma questão básica de calorias: para emagrecer, é preciso consumir menos calorias do que o corpo queima. Quando a pessoa realiza uma única refeição diária, geralmente é mais fácil atingir o deficit calórico. Após longas horas de jejum, muitas vezes se torna difícil ingerir um grande número de calorias em uma só refeição. Isso significa que, no geral, o indivíduo tende a consumir menos calorias ao longo do dia.
No entanto, a adoção dessa dieta pode acarretar vários riscos. Nos primeiros dias, é possível que pessoas que se adaptem à OMAD apresentem episódios de hipoglicemia, que se manifestam como mal-estar, tontura e irritabilidade. Ao longo do tempo, essa restrição alimentar pode causar o efeito contrário ao que a pessoa deseja, aumentando a possibilidade de episódios de compulsão alimentar.
Dietas Restritivas e Compulsão Alimentar
Estudos realizados tanto no Brasil quanto no exterior indicam que dietas restritivas, como a OMAD, podem desestabilizar a relação da pessoa com a comida, intensificando crises de compulsão. Isso se deve ao fato de que, quanto mais tempo se passa sem comer, maior é a vontade de consumir alimentos.
Dietas que não são sustentáveis a longo prazo, como a OMAD, podem levar o indivíduo a “compensar” o período de restrição quando voltar a uma alimentação normal. Nesse sentido, é comum que as pessoas exagerem nas quantidades, frequentemente priorizando alimentos considerados “proibidos”, como doces e frituras, que são pobres em nutrientes.
Essa prática muitas vezes é uma última tentativa de quem já experimentou outras técnicas de emagrecimento sem sucesso, e a frustração acumulada pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos alimentares.
A Importância de um Acompanhamento Profissional
O mais adequado é não iniciar qualquer dieta restritiva sem a orientação de um nutricionista qualificado. É fundamental elaborar um plano alimentar que seja adequado à saúde de cada um e que se encaixe na rotina de vida. Perder peso deve ser apenas uma parte do processo; é igualmente importante assegurar que o corpo continue recebendo os nutrientes necessários para funcionar corretamente. Além disso, a reeducação alimentar precisa ser mantida mesmo após alcançar o peso desejado, garantindo um estilo de vida saudável a longo prazo.
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