Avanços no Tratamento do Câncer de Mama
Recentemente, um estudo apresentou resultados promissores para pacientes com câncer de mama avançado que possui receptor de estrogênio positivo e é negativo para HER-2. Essa pesquisa mostra que um novo remédio, chamado giredestrant, melhora a sobrevida livre de progressão, ou seja, o tempo em que a doença não avança. Essa informação foi divulgada por Dr. Erica Mayer em uma conferência na Alemanha.
O Que é o Câncer de Mama Estrogênio-Positivo?
Cerca de 70% dos casos de câncer de mama são estrogênio-positivos. Isso significa que o crescimento desses tumores é estimulado pelo estrogênio. No entanto, quando esses cânceres se espalham para outras partes do corpo, se tornam desafiadores de tratar. Os médicos enfrentam dificuldades, especialmente quando os tratamentos atuais não funcionam mais.
A Necessidade de Novas Terapias
Segundo Dr. Mayer, há uma grande necessidade de novos tratamentos para esses casos de câncer que são difíceis de controlar. Isso é especialmente verdade para pacientes cuja doença não responde a medicamentos comuns, como os inibidores de CDK 4/6. É fundamental criar opções de tratamento que funcionem melhor e que sejam mais fáceis de suportar.
O Que é o Giredestrant?
O giredestrant é um novo tipo de medicamento que atua como um degrador seletivo do receptor de estrogênio. Ele se liga ao receptor e o destrói, evitando que o estrogênio ajude o câncer a crescer. Esse remédio apresenta algumas vantagens em relação a medicamentos mais antigos, como sua forma de ação diferenciada e o fato de ser tomado por via oral, facilitando a vida dos pacientes.
Estudo evERA
O estudo evERA é uma pesquisa global que avaliou o uso do giredestrant combinado com outro medicamento chamado everolimus, em pacientes com câncer de mama avançado. A combinação foi comparada com um tratamento padrão que já é oferecido a esses pacientes. Este é o primeiro estudo a mostrar que essa nova combinação pode trazer melhores resultados.
Detalhes do Estudo
Participaram do estudo 373 pacientes, que foram divididos em dois grupos: um que recebeu giredestrant com everolimus e outro que ficou com o tratamento padrão. Aproximadamente 55% dos pacientes tinham mutações no gene do receptor de estrogênio, o que pode indicar resistência ao tratamento hormonal.
Resultados do Estudo
Após um acompanhamento médio de 18,6 meses, os resultados mostraram que os pacientes com mutações no gene que receberam a nova combinação tiveram uma melhora significativa na sobrevida livre de progressão. Eles conseguiram passar, em média, 9,99 meses sem que a doença avançasse, enquanto o grupo que seguiu o tratamento padrão teve apenas 5,45 meses. Isso significa uma redução de 63% no risco de progressão da doença.
Resultados Gerais
No grupo geral, que inclui tanto os pacientes com mutações quanto os sem, aqueles que tomaram a combinação de giredestrant mostraram também uma melhora significativa na sobrevida livre de progressão, passando em média 8,77 meses sem avanço da doença, contra 5,49 meses do tratamento padrão. Essa diferença representa uma redução de 44% no risco de agravamento ou morte.
Segurança do Tratamento
Ainda que os dados sobre a sobrevivência global não sejam definitivos, eles estão se mostrando promissores. Além disso, o tratamento com giredestrant apresentou um perfil de segurança que foi considerado gerenciável e alinhado com os outros medicamentos envolvidos no estudo.
O Futuro do Tratamento
Dr. Mayer ressalta que, apesar dos avanços no tratamento do câncer de mama avançado, ainda há desafios pela frente. Os cânceres podem desenvolver resistência às terapias já existentes, tornando o tratamento difícil. A combinação de giredestrant e everolimus busca combater esses desafios comuns de resistência, sendo um passo importante para oferecer melhores opções aos pacientes.
Conclusão
Os resultados obtidos até agora são encorajadores e podem trazer esperança para muitos pacientes com câncer de mama avançado. A pesquisa continua, e com ela a busca por novos tratamentos mais efetivos que possam mudar a realidade do enfrentamento dessa doença. A importância do estudo evERA está no potencial de transformar o tratamento do câncer de mama, especialmente onde as opções já existentes falham.
Os pesquisadores e médicos envolvidos estão animados e esperançosos de que essa nova combinação de medicamentos possa mudar a vida de muitos pacientes, proporcionando um tratamento mais eficaz e acessível. Assim, espera-se que no futuro, mais pessoas tenham acesso a opções que possam de fato fazer a diferença no combate ao câncer de mama avançado.
