O Confucionismo é um sistema ético, filosófico e religioso que se originou na China. Fundado por um pensador chamado Confúcio, foi a doutrina oficial do país por mais de dois mil anos, até o começo do século XX.
Diferente das religiões organizadas que conhecemos, o Confucionismo não tem igrejas nem hierarquias. Não se faz adoração a deuses e não há conceitos sobre a vida após a morte. Também não usa frente de religiões ocidentais, sendo bem diferente em sua estrutura e práticas.
Podemos dividir o Confucionismo em duas partes: o Confucionismo filosófico, que se concentra em questões éticas, sociais e políticas, e o Confucionismo religioso, que envolve rituais e o culto aos ancestrais. Os dois existem juntos, mas têm focos distintos. O primeiro valoriza o comportamento moral e a formação de caráter. Já o segundo mantém tradições e valores espirituais que fortalecem laços familiares e comunitários.
Um dos princípios centrais do Confucionismo é o conceito de junchaio, que quer dizer “ensinamento dos sábios”. Essa ideia ressalta a importância do conhecimento transmitido através das gerações e de como ele pode guiar nossas vidas.
Assim como o Taoísmo, o Confucionismo também fala sobre o Tao, que é visto como um caminho ou uma força universal que orienta a vida. Para os que seguem essa filosofia, o verdadeiro equilíbrio se dá entre a vida espiritual e a vida prática, entre os humanos e a natureza. Essa busca pela harmonia está no cerne dos ensinamentos de Confúcio.
Confúcio em si não é visto como um deus ou figura religiosa. Ele é reconhecido como um mestre que oferece diretrizes sobre como viver de maneira justa e ética. Suas palavras se tornaram famosas e se perpetuaram na forma de frases que servem de orientação no dia a dia, promovendo valores como respeito, justiça e autoconhecimento.
Falando sobre suas obras, não existe um único livro sagrado no Confucionismo. Em vez disso, há uma coletânea de textos que formam a base da doutrina. Entre esses textos estão os Anacletos, que reúne os diálogos e pensamentos de Confúcio; o Livro de Mêncio, de Mêncio, considerado um importante sábio confucionista; e os Cinco Clássicos, conhecidos como Wu Ching.
Cada um desses clássicos trata de temas diferentes da vida. O Shu Ching fala sobre política e história; o Shih Ching se dedica à poesia; o Li Ching é sobre rituais e normas sociais; o Chun-Chiu é um registro histórico das Primaveras e Outonos. Já o I Ching, mais conhecido no Ocidente, é um livro de sabedoria onde se apresenta o conceito de yin e yang, que representa forças opostas que se completam no universo.
Segundo Confúcio, o ser humano é composto por quatro partes essenciais: o eu, a comunidade, a natureza e o céu. Ele também ensina que cinco virtudes são importantes: amar os outros, ser justo, ter comportamento adequado, reconhecer a vontade do céu e praticar a sabedoria com humildade.
O Confucionismo acredita que todos têm a capacidade de encontrar equilíbrio e paz interior por meio da prática das virtudes. Não é preciso depender de divindades ou intervencionismos externos para isso. Cada um pode buscar sua própria harmonia.
Apesar de ter raízes orientais, o Confucionismo influenciou a ética ocidental também. Seus princípios continuam a ser relevantes em muitas culturas do leste asiático, como no Japão e outros países conhecidos como Tigres Asiáticos. Em sua prática, reforçam valores como disciplina, respeito, mérito e cooperação no dia a dia das pessoas.
### Rituais do Confucionismo
A parte mais religiosa do Confucionismo integra várias tradições da cultura chinesa, formando um sistema sincrético. Exemplos disso são o conceito de Tao, que busca harmonia, e o culto aos ancestrais, reverenciando os mais velhos, um valor que ainda é muito presente na sociedade chinesa.
Os rituais mais significativos no Confucionismo têm ligação com a família. O casamento, por ser a base de uma nova unidade familiar, e o funeral, que presta homenagem aos antepassados, são momentos muito importantes na vida de quem segue essa filosofia.
Outro exemplo de prática ligada ao Confucionismo é o Feng Shui, técnica que busca harmonizar ambientes com a energia vital do lugar. Essa busca de equilíbrio entre o espaço e a vida também ganhou destaque no Ocidente e é associada ao Confucionismo.
### Origem do Confucionismo
Confúcio viveu entre 552 e 479 a.C. em um período conturbado da história da China. Seu nome original pode aparecer como Kung-fu-tzu ou Koung Fou Tseu, e é frequentemente chamado de Mestre Kung. Ele nasceu em uma família simples e enfrentou desafios, mudando de lugar várias vezes em busca de oportunidades.
Durante sua vida, Confúcio se destacou como educador e conselheiro. Ganhou notoriedade graças ao seu conhecimento e integridade, congregando discípulos que ajudaram a espalhar seus ensinamentos e a ética que defendia.
A influência do Confucionismo como doutrina oficial começou no século II a.C. e se manteve por mais de dois mil anos. Essa era chegou ao fim com a Proclamação da República da China no início do século XX, e a força da doutrina diminuiu ainda mais após a ascensão do Partido Comunista em 1949, cujos princípios não coincidem com as ideias confucionistas.
### Símbolos do Confucionismo
Um dos símbolos mais importantes do Confucionismo é o ideograma da água, que representa o caminho e a fonte da vida. Esse símbolo fala sobre adaptação, fluidez e das qualidades de sabedoria que o pensamento confucionista valoriza.
Além disso, o Confucionismo também compartilha símbolos com o Taoísmo, como o yin e yang, que aparecem no I Ching. Outro símbolo comum é o Tai Chi ou o baguá, que representa o equilíbrio nas diferentes áreas da vida.
Esses símbolos e práticas mostram como o Confucionismo ainda é relevante e como seus ensinamentos podem ser aplicados no cotidiano. Mantém uma busca constante por harmonia e equilíbrio em todas as áreas da vida.