Aleister Crowley: A Vida do “Homem Mais Perverso do Mundo”
Aleister Crowley, conhecido como o “Homem Mais Perverso do Mundo”, provocou polêmica e fascínio na sociedade britânica do século XX. Ocultista, poeta, montanhista, e mago cerimonial, ele despertou tanto seguidores fervorosos quanto críticos ferozes. Suas ações e filosofia de vida se tornaram sinônimo de transgressão e liberdade.
Um Início Controverso
Para compreender Crowley, é essencial olhar para sua infância. Nascido Edward Alexander Crowley em 12 de outubro de 1875, ele cresceu em uma família rica e profundamente religiosa. Seu pai era evangelista e, no início, ele seguia a religião com devoção, respeitando a imagem paterna.
No entanto, após a morte do pai, quando Crowley tinha apenas 11 anos, ele rejeitou os ensinamentos cristãos. Na escola, desafiava os dogmas da Bíblia, fumava e se envolvia com prostitutas, sendo apelidado de “a Besta” por sua mãe, um título que ele ficou orgulhoso.
Mudança de Nome e Novas Ambições
Aos 20 anos, em 1895, Crowley adotou o nome Aleister. Em sua autobiografia, expressou o desejo de ter um nome que o tornasse célebre. Para ele, “Aleister Crowley” combinava sonoridade e significado, resultando em um nome que ia de encontro ao seu ideal de fama e notoriedade.
O Primeiro Contato com o Ocultismo
Quando se matriculou na Universidade de Cambridge, Crowley levou uma vida que parecia de um romancista da época. Contudo, por trás de sua imagem acadêmica, havia um homem tumultuado, obcecado por magia e ocultismo. Ele começou a explorar práticas esotéricas enquanto mantinha relacionamentos sexuais não convencionais.
Após deixar a universidade, Crowley quase se tornou diplomata, mas uma enfermidade o fez perceber a futilidade da busca por sucesso e reconhecimento. Ele decidiu então se dedicar à escrita de literatura mística e poesia erótica.
Conexão com o Ocultismo e Viagens
Em 1898, Crowley se juntou à Ordem Hermética da Golden Dawn, um grupo focado em estudar o oculto. Ele se tornou aluno de um membro experiente, trabalhando em magia cerimonial e uso ritualístico de drogas. Sua busca por novos conhecimentos o levou a viagens pela Europa, América do Sul e Ásia, em busca de experiências místicas.
Na Índia, ele praticou Raja Yoga e participou da primeira tentativa de escalar K2 em 1902. Essas experiências moldaram sua visão de mundo e suas crenças.
Amor e O Começo de uma Nova Religião
Em Paris, em 1902, encontrou o amor ao conhecer Rose, irmã de um amigo. Inicialmente, o casamento serviu para que ela escapasse de um noivado arranjado, mas logo se tornaram verdadeiramente apaixonados. Durante seu relacionamento, Rose revelou a Crowley que o deus egípcio Hórus o aguardava, um momento que inspirou a fundação de sua própria religião.
Em 1904, ao meditar, Crowley afirmou ter ouvido Aiwass, um mensageiro de Hórus. Com isso, ele escreveu O Livro da Lei, que se tornaria a base de sua nova religião, chamada Thelema, cujo lema ressoava com seu estilo de vida: “Faz o que tu queres”.
Crowley e o Mundo das Guerras
Enquanto Crowley se dedicava a disseminar os preceitos de Thelema, sua vida pessoal seguia por caminhos tumultuados. Sua esposa Rose enfrentava problemas com álcool, e a morte de sua filha, Lilith, de febre tifóide, exacerbou as tensões no casal. Com o tempo, Rose foi internada em uma instituição de saúde mental.
Após o divórcio em 1909, Crowley viajou por várias cidades, envolveu-se com diversas mulheres e suas aventuras eram frequentemente acompanhadas por rumores de que ele era um espião britânico. Durante a Primeira Guerra Mundial, continuou publicando textos sobre ocultismo e se dedicando ao jogo, sempre cercado de mistério.
Em 1920, estabeleceu a Abadia de Thelema na Sicília, onde ele e seguidores praticavam rituais que incluíam sexo e drogas. Contudo, um evento trágico, a morte de um inglês em circunstâncias estranhas durante um dos rituais resultou em sua expulsão da Itália.
Legado e Morte
Aleister Crowley morreu em 1º de dezembro de 1947, aos 72 anos, devido a problemas de saúde, como bronquite crônica. Seu funeral foi discreto, mas seu legado perdurou. Embora poucos tenham comparecido, suas palavras e ensinamentos impactaram diversas esferas, desde o ocultismo até a arte e música.
Seus conceitos, especialmente o lema “Faz o que tu queres”, continuam a ecoar na cultura popular. Artistas como David Bowie e Ozzy Osbourne o mencionaram, e sua imagem até aparece em capas de álbuns icônicos.
Reflexões Finais
Aleister Crowley é uma figura complexa, vista de diferentes maneiras ao longo da história. Para alguns, ele é um vilão; para outros, um gênio visionário. Sua vida e obras permanecem uma fonte de fascínio, discussão e estudo, mostrando que, independente da opinião sobre ele, seu nome ainda é lembrado e debatido amplamente.
Assim, Crowley cumpriu seu objetivo de ser notório e seu legado continua a suscitar interesse e reflexão nas novas gerações.