Descoberta Histórica: Armaduras Medievais na Fortaleza de Rustavi
Recentemente, arqueólogos encontraram um capacete medieval e uma camisa de cota de malha na Fortaleza de Rustavi, na Geórgia. Esses itens, que dateriam do século IX ou X, estão surpreendentemente preservados e são os únicos artefatos de armadura desse tipo conhecidos na região do Cáucaso do Sul.
Os dois objetos foram descobertos na sexta câmara da Fortaleza de Rustavi, uma das fortificações mais antigas da área, que remonta à Idade do Bronze. As escavações recentes têm sido fundamentais para entender melhor o período medieval, já que muito poucos itens de armadura foram encontrados nesta região, especialmente em estados tão bons de conservação.
A Descoberta do Capacete e da Cota de Malha
As escavações na Fortaleza de Rustavi começaram em julho de 2025, com o objetivo principal de explorar um complexo palaciano que data do século IX ao XII. Embora muitos objetos tenham sido encontrados até agora, o capacete e a cota de malha se destacam pela sua raridade e qualidade de conservação.
O capacete é feito de ferro e ainda possui a proteção facial, característica importante. Seu design pode ter sido influenciado por capacetes bizantinos ou persas. Já a cota de malha, composta por anéis metálicos interligados, apresentava condições que permitiram aos arqueólogos identificá-la rapidamente. Ambos os itens são datados do século IX ou X.
Esses achados têm importância significativa, pois indicam que a posse desses equipamentos de combate poderia pertencer a um soldado de elite ou até mesmo a um comandante que estava na Fortaleza de Rustavi. A descoberta representa um avanço nas pesquisas arqueológicas da área, preenchendo uma lacuna importante na compreensão do desenvolvimento de armaduras e técnicas de combate na Geórgia medieval.
A Influência Cultural nos Itens de Armadura
Estudos iniciais sugerem que os metais utilizados na confecção do capacete e da cota de malha poderiam ter sido produzidos localmente. Isso implica um alto nível de habilidade artesanal na região, o que é um dado importante para entender como a tecnologia e a produção de armamentos evoluíram na época.
Esses artefatos oferecem evidências diretas das evoluções nas técnicas de combate e na fabricação de armaduras, refletindo influências árabes, bizantinas e outros fatores locais que moldaram a cultura militar da Geórgia.
História da Fortaleza de Rustavi
A Fortaleza de Rustavi possui uma longa e rica história. Localizada a cerca de 24 quilômetros a sudeste de Tbilisi, iniciou sua ocupação durante a Idade do Bronze. É considerada uma das primeiras ocupações do antigo Reino da Ibéria e passou por três fases distintas de reconstrução ao longo dos séculos.
A primeira fase de reconstrução ocorreu entre os séculos V e VIII, a segunda entre os séculos IX e XI, e a terceira entre os séculos XII e XIII. As escavações atuais realizadas na fortaleza têm como objetivo descobrir mais artefatos valiosos e já contam com a participação de mais de 105 arqueólogos, estudantes e voluntários dedicados ao projeto.
Futuro da Fortaleza de Rustavi
Além das escavações, a cidade de Rustavi tem planos ambiciosos para transformar a Fortaleza em um museu ao ar livre. Essa iniciativa permitirá que o público observe as escavações em andamento, promovendo um vínculo mais próximo com a história local.
Atualmente, o capacete e a cota de malha estão passando por processos de conservação. Após a finalização desses cuidados, a intenção é exibir esses itens no Museu de Rustavi, permitindo que todos conheçam mais sobre o passado medieval da Geórgia.
Conclusão
A descoberta do capacete e da cota de malha na Fortaleza de Rustavi é um marco significativo para a arqueologia georgiana. Esse achado não só enriquece o conhecimento sobre a militarização na Idade Média, mas também celebra a habilidade artesanal da época. As escavações continuam, e novas descobertas estão por vir, prometendo revelar mais sobre a fascinante história da Geórgia e sua importância histórica na região do Cáucaso.
Essa descoberta é apenas o começo de uma nova fase em estudos arqueológicos, criando uma oportunidade única de entender melhor as complexidades culturais e sociais que formaram a Geórgia medieval.
