A ex-deputada federal Carla Zambelli, do PL de São Paulo, está detida em Roma, na Itália, desde julho. Durante a sua permanência no presídio feminino de Rebibbia, ela teria sido agredida por outras detentas em pelo menos duas ocasiões. A informação foi compartilhada pelo senador Magno Malta, do PL de Espírito Santo, durante um discurso em um evento religioso.

    Malta afirmou que o grupo que foi visitar Zambelli encontrou a ex-parlamentar em um estado de choque, mencionando que ela já havia sofrido agressões. O senador corrigiu depois a sua declaração inicial, que falava em três agressões, para duas. Ele comentou sobre a situação de Zambelli, a considerando uma “perseguida política” e afirmando que ela estava presa por um “crime de opinião”.

    Zambelli está sob custódia após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil a dez anos de prisão. Sua condenação está relacionada a uma suposta participação em um plano para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em conluio com o hacker Walter Delgatti Neto.

    As agressões relatadas por Malta teriam ocorrido antes da visita dos senadores a Zambelli, que aconteceu em setembro. Durante essa visita, também estavam presentes os senadores Flávio Bolsonaro, Damares Alves e Eduardo Girão. O advogado da ex-deputada, Fábio Pagnozzi, confirmou que houve, de fato, episódios de violência dentro da prisão, mas destacou que não houve registro formal desse incidente junto às autoridades italianas. Ele mencionou que Zambelli optou por manter a situação em sigilo.

    Pagnozzi indicou que as agressões podem ter relação com a frequente troca de presas na cela onde Zambelli estava. Algumas detentas não a aceitavam, o que gerou conflitos. Um esforço de proteção por parte de uma prisioneira mais antiga, que estava ajudando Zambelli, foi interrompido com a transferência dessa detenta para outra unidade prisional. Isso aumentou a insegurança da ex-deputada, que acabou sendo transferida para outra cela e andar dentro do presídio após pedidos formais de sua defesa.

    Durante a visita dos senadores, não foram mencionadas as agressões sofridas por Zambelli. Em vídeos nas redes sociais publicados naquela ocasião, a ex-deputada mostrava um estado emocional abalado, expressando tristeza, saudade da família e uma sensação de abandono. Em resposta às discrepâncias nas informações sobre as agressões, Magno Malta reiterou que Zambelli confirmou ter sido agredida duas vezes, afirmando também que não havia sinais visíveis de ferimentos em seu corpo.

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