O Reino de Deus: Uma Promessa de Esperança

    “O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Apocalipse 11.15)

    A Bíblia é, em muitas formas, um relato histórico e uma promessa que nos convida a sermos como Jesus e a glorificá-lo agora. Podemos dizer que, no Antigo Testamento, Jesus é anunciado; nos Evangelhos, ele é revelado; em Atos, é pregado; nas Epístolas, é explicado; e no Apocalipse, é esperado. Hoje, vamos nos aprofundar nesse último livro tão esperado.

    Quando estudamos a história de Abraão em Gênesis, a dedicação do templo por Salomão em 2 Crônicas e as profecias de Isaías e Miquéias, percebemos que todas elas apontam para Jesus. Ele não é apenas mais um sacerdote, mas o Grande Sumo Sacerdote e o Cordeiro de Deus; não é somente um profeta, mas a própria Palavra de Deus; e não é só um governante, mas o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

    Entretanto, entre as profecias e seu cumprimento, o povo de Deus teve que esperar.

    Como já temos a vantagem de ver que Jesus é o cumprimento de todas as promessas do Antigo Testamento, esquecemos a espera enfrentada por muitas gerações durante os quatro séculos de silêncio antes do Novo Testamento. Após Malaquias, o povo não recebeu mais revelações e foi dominado por governantes estrangeiros. O reino de Israel parecia distante, uma promessa ainda não cumprida. Havia um pequeno grupo de fiéis que educava seus filhos nos caminhos do Senhor, mas muitas crianças ouviam histórias e faziam perguntas como: “Pai, quando o Messias chegará?” ou “Vovó, você realmente acredita que Deus enviará um grande Rei ao nosso povo?” ou ainda “Tio, como será a verdadeira restauração do reino?”

    Quando chegamos ao Novo Testamento, percebemos que, com a chegada de João Batista, que anunciou que “o reino dos céus está próximo” (Mateus 3.2), os judeus tentavam compreender o que significava a promessa de Deus de estabelecer um reino. Ao ouvirem Jesus falar sobre o reino, muitos pensavam em revolução política e restauração nacional de Israel. Eles se concentravam em questões geográficas e políticas, sem entender que o que Jesus mencionava referia-se a um reino espiritual e eterno, não limitado a esta Terra (João 18.36).

    Ao entrar neste mundo como um Rei recém-nascido, Jesus estava mostrando como estabeleceria um reino que incluiria pessoas de todas as tribos e nações (Apocalipse 7.9).

    O estabelecimento do reino de Jesus acontece de três formas diferentes: o reino já chegou, está em processo e virá.

    Primeiramente, o reino já chegou com as ações de Jesus, que disse: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo” (Marcos 1.15). Os milagres realizados por Jesus são sinais da atuação do Rei em sua criação. Aquele que criou tudo é capaz de curar cegos, fazer coxos andarem e até ressuscitar mortos.

    Em segundo lugar, o reino está se manifestando agora através do Espírito Santo que transforma a vida de homens e mulheres, tirando-os do reino das trevas e os levando para o reino da luz. Isso acontece pela pregação do Evangelho, que faz discípulos, conforme a ordem de Jesus (Mateus 28.18-20).

    Por fim, o reino virá em um momento que é conhecido apenas por Deus, quando Ele fará novas todas as coisas. A primeira vinda de Jesus apresentou o Rei e iniciou o reino; a segunda vinda de Jesus trará a concretização desse reino com toda a sua glória. O livro do Apocalipse fala sobre esse futuro brilhante.

    Quando lemos Apocalipse 11 sobre o toque final da trombeta, Deus nos lembra que um dia Ele reinará plenamente: “O reino do mundo se tornou o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” Isso nos dá esperança, mesmo quando as notícias são ruins ou quando enfrentamos dificuldades. Devemos lembrar que tudo o que é errado será corrigido, e até as melhores experiências desta vida serão superadas. O entender que o reino está por vir nos ajuda a não nos contentar com as limitações deste mundo ou a desesperar-se com o que ele nos traz. Um dia, tudo será subjugado ao glorioso reino de Jesus. Esse é nosso verdadeiro lar, e será um momento de celebração.

    Ao refletir sobre a vinda de Jesus, é importante lembrar que não estamos apenas celebrando seu nascimento, mas também esperando sua segunda vinda. O Natal não é só sobre a salvação que ele trouxe, mas sobre o que essa salvação nos reserva: vida eterna em seu reino perfeito. A realeza de Cristo sempre teve, tem e terá importância.

    Para reflexão:

    • Como saber que o reino de Deus chegou no passado, está chegando no presente e virá no futuro impacta nossos sucessos, fracassos e nossas reações às alegrias e tristezas do mundo?

    • Em que aspecto do reino você gostaria de meditar e se alegrar hoje?

    A canção que celebra a vinda de Cristo nos lembra da alegria que devemos sentir: “Bons homens cristãos, alegrem-se com coração, alma e voz! Jesus Cristo nasceu hoje.” Que essa mensagem ressoe em nossos corações, trazendo esperança e alegria em cada nova manhã.

    O reconhecimento da vinda de Cristo deve nos motivar a viver com expectativa e gratidão. Tenhamos sempre um olhar voltado para a felicidade que Ele traz e para as promessas de um futuro cheio de glória em seu reino eterno.

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