O Rio Grande do Sul registrou 7.306 mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2024, conforme dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. O estado ocupa a quinta posição no número total de óbitos pela doença no país, atrás de São Paulo, que teve 22.110 mortes; Minas Gerais, com 10.102; Rio de Janeiro, com 10.081; e Bahia, com 7.925. No total, o Brasil contabilizou 105.155 mortes por AVC neste ano.
Esses dados foram divulgados em uma data significativa: o Dia Mundial do AVC, comemorado em 29 de outubro. A data serve como um alerta para a importância de reconhecer os sinais da doença e agir rapidamente, pois isso pode salvar vidas.
A médica neurologista Sheila Martins, que coordena o Programa de AVC do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e preside a Rede Brasil AVC, destacou que o AVC é a segunda maior causa de mortes no país, ficando atrás apenas das doenças isquêmicas do coração. Ela enfatizou que homens e pessoas com mais de 62 anos estão no grupo de maior risco, mas há uma crescente preocupação com os casos de AVC entre pessoas com menos de 50 anos.
De acordo com Sheila, o aumento no número de casos entre os mais jovens é atribuído a mudanças no estilo de vida. Os jovens estão apresentando níveis elevados de obesidade, sedentarismo, estresse e retomaram o hábito de fumar, sendo o tabagismo um fator de risco importante.
O AVC ocorre devido a uma alteração súbita na circulação cerebral, que pode acontecer de duas maneiras: o tipo isquêmico, que representa de 85 a 90% dos casos, é causado pelo entupimento de um vaso sanguíneo, impedindo o oxigênio de chegar às células. No tipo hemorrágico, que corresponde a 15% dos casos, um vaso se rompe e causa sangramento no cérebro. Embora esse último tipo seja menos frequente, costuma ser mais grave.
No Rio Grande do Sul, existem 15 hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) que realizam o tratamento de AVC, localizados entre Porto Alegre e sua região metropolitana, além de hospitais privados. Desde 2023, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre oferece a trombectomia mecânica, um procedimento minimamente invasivo para a remoção de coágulos sanguíneos no cérebro.
Os principais fatores de risco para o AVC incluem pressão alta, diabetes, colesterol elevado, tabagismo, obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de álcool, depressão e estresse. Para reduzir esses riscos, algumas recomendações incluem:
– Manter a pressão arterial e a glicose sob controle.
– Adotar uma alimentação saudável.
– Praticar exercícios físicos regularmente.
– Parar de fumar.
– Realizar acompanhamento médico periódico.
Além disso, o Hospital Moinhos de Vento e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre estão realizando um estudo que busca voluntários entre 50 e 75 anos para testar uma polipílula que pode reduzir os casos de AVC e demência. O tratamento é gratuito e terá duração de três anos. Os interessados podem se inscrever pelo WhatsApp, no número (51) 9 8041-4454. Os critérios para participação incluem não ter pressão alta, diabetes ou colesterol elevado, além de estar dentro da faixa etária estipulada e apresentar um ou mais fatores de risco de estilo de vida, como sedentarismo, sobrepeso, obesidade, tabagismo ou alimentação não saudável.
