Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro Vai Eliminar o Uso de Papel
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro anunciou a eliminação do uso de papel em suas operações. Essa decisão foi formalizada na semana passada com a assinatura da Resolução SMS nº 6651, pelo secretário Daniel Soranz. A mudança tem como objetivo principal economizar R$ 32 milhões por ano e reduzir o impacto ambiental causado pelo consumo de papel.
A proposta prevê a digitalização de todos os processos de comunicação dentro da saúde pública carioca. Segundo o secretário, a medida permitirá que cerca de 160 milhões de folhas impressas deixem de ser utilizadas anualmente, marcando um passo histórico na gestão da pasta.
Os canais digitais que serão adotados incluem e-mails institucionais, sistemas internos da SMS, além de aplicativos como WhatsApp e Telegram. Essa diversidade de ferramentas visa garantir tanto a acessibilidade quanto a eficiência no atendimento.
Conforme a resolução, exames e documentos clínicos, assim como registros administrativos, serão enviados apenas em formato eletrônico. Para facilitar a identificação, será necessário incluir o CPF do remetente nos documentos, possibilitando que médicos acessem de forma ágil e completa o Histórico Clínico Integrado (HCI) dos pacientes. Isso deve contribuir para diagnósticos mais rápidos e evitar a repetição de exames.
A digitalização também pretende melhorar a gestão de processos administrativos. Por exemplo, candidatos a vagas em concursos públicos poderão enviar documentos online e acompanhar a situação de suas solicitações em tempo real.
Todos os documentos impressos antes de janeiro de 2026 serão devolvidos aos proprietários, respeitando a propriedade privada e evitando o acúmulo de arquivos físicos. A prefeitura acredita que essa mudança não apenas aumentará a transparência nas seleções públicas, mas também facilitará auditorias e diminuirá os riscos de extravio de documentos.
A Resolução SMS nº 6651 está em conformidade com as normas de segurança da informação e com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Ela estabelece protocolos de segurança, como criptografia e controle de acesso, assegurando que apenas profissionais autorizados tenham acesso às informações clínicas dos pacientes.
A digitalização é fundamentada no Decreto Rio nº 54844, de 29 de julho de 2024, e na Resolução SMS Rio nº 6527, de 14 de julho de 2025. Tais documentos garantem a legalidade da medida e protegem contra questionamentos jurídicos.
Para que a população tenha acesso a esses novos serviços, a Prefeitura irá capacitar servidores para que dominem as ferramentas digitais e compreendam os novos fluxos de trabalho, através de treinamentos contínuos.
A experiência de países como Dinamarca, Estônia e Singapura demonstra que a digitalização nos serviços de saúde não só reduz o tempo de espera, mas também melhora a precisão dos diagnósticos e o acompanhamento dos pacientes. Com o acesso direto aos prontuários, os profissionais de saúde podem tomar decisões melhores e mais rápidas.
Os R$ 32 milhões economizados anualmente poderão ser investidos em construção de novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), na aquisição de ambulâncias ou em equipamentos médicos e capacitação.
Além disso, a redução de 160 milhões de folhas por ano terá um impacto significativo na pegada de carbono da cidade, com diminuição dos custos relacionados ao transporte, armazenamento e descarte de documentos físicos. A medida também leva a economia em itens como impressão, manutenção de equipamentos e espaço de arquivamento.
