Entendendo a Dor Lombar: Causas e Prevenção
A dor lombar se tornou um problema comum nos dias de hoje. O ortopedista especializado em coluna, André Costa, alerta que essa condição é a principal causa de incapacidade no mundo. Estima-se que até 2050, 848 milhões de pessoas poderão ser afetadas por esse problema. Esse aumento está ligado ao nosso estilo de vida, que geralmente envolve ficar muito tempo sentado, pouco exercício e ganho de peso. Esses hábitos sobrecarregam a coluna e aceleram o desgaste. Com a diminuição da atividade física e o aumento da obesidade, a dor lombar se torna mais prevalente.
O especialista observa que a dor lombar é mais comum em pessoas entre 35 e 65 anos, mas também já afeta muitos jovens. Aqueles que passam horas sentados e não praticam exercícios de fortalecimento muscular têm mais chances de sentir dor. Um estudo da Austrália revelou um aumento significativo de casos de dor lombar entre adultos novos nas últimas duas décadas.
As causas da dor lombar podem ser variadas. Geralmente, são problemas mecânicos, como sobrecarga de peso, contraturas musculares e desgaste dos discos e articulações. Existem também causas inflamatórias, como a espondilite anquilosante, e problemas mais sérios, como infecções ou tumores. É importante lembrar que a dor é apenas um sintoma e não um diagnóstico. Cada tipo de dor precisa de um tratamento específico.
A dor lombar pode ser acompanhada de outros sintomas, como perda de força nas pernas, formigamento e dificuldade para urinar. Esses sinais podem indicar compressão dos nervos, o que requer atenção imediata. Além disso, se a dor aparecer após um trauma, estiver acompanhada de febre ou perda de peso sem explicação, é essencial que um médico seja consultado rapidamente.
Diagnóstico e Tratamento da Dor Lombar
O primeiro passo para diagnosticar a dor lombar é uma avaliação médica cuidadosa. O médico leva em conta a história do paciente, os sintomas e como a dor limita as atividades diárias. Exames como radiografias e ressonâncias magnéticas podem ser úteis, mas devem ser pedidos de forma criteriosa. Pesquisas mostram que até 35% das pessoas que não têm dor revelam alterações nos discos quando realizam ressonâncias, indicando que esses exames não podem ser vistos como a única forma de diagnóstico.
A maioria dos pacientes com dor lombar consegue melhorar com tratamentos conservadores. Isso geralmente inclui fisioterapia, medicamentos para controle da dor e exercícios de fortalecimento. Cirurgias são indicadas apenas em situações específicas, como compressão nervosa significativa e dor que não responde a tratamentos tradicionais. Apenas cerca de 10 a 15% dos pacientes precisarão de cirurgia, o que justifica que a maioria dos casos não exige intervenção cirúrgica.
Nos casos em que a dor se torna crônica, um plano de tratamento pode envolver várias especialidades. Além do ortopedista, fisioterapeutas e educadores físicos, o apoio de psicólogos pode ser necessário. O foco deve ser na recuperação das funções normais e na melhoria da qualidade de vida, evitando que a dor se torne um impeditivo nas atividades diárias. Lidar com a dor crônica exige constante paciência e comprometimento, não há soluções rápidas.
Prevenindo a Dor Lombar
Existem várias estratégias simples que podem ajudar a prevenir a dor lombar, tanto em casa quanto no trabalho. Uma boa postura é fundamental. Fazer pausas a cada hora durante o trabalho é uma recomendação eficaz, pois isso ajuda a aliviar a pressão sobre a coluna. Manter um peso saudável é outra prática que protege a saúde da coluna, reduzindo riscos de lesões e dores.
Praticar atividades físicas regularmente também é essencial. Exercícios como caminhar, nadar ou até mesmo pilates são altamente recomendados, pois ajudam na flexibilidade e fortalecimento da musculatura que sustenta a coluna. A ergonomia no ambiente de trabalho não deve ser subestimada. Escolher uma cadeira adequada, ajustar a altura da tela do computador e evitar posições que forcem a coluna são medidas que fazem a diferença.
Por fim, vale lembrar que a dor nas costas não deve ser considerada algo normal ou inevitável. Na maioria das vezes, existe tratamento e a sensação de alívio pode vir com ações simples. Ignorar a dor pode levar a complicações e uma piora na qualidade de vida. Portanto, ao perceber os primeiros sinais de dor, procurar ajuda médica o quanto antes é fundamental para evitar que a situação se agrave.


