O cantor e compositor Moacyr Luz recentemente passou por um tratamento inovador que ajuda a aliviar os sintomas da Doença de Parkinson, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Essa técnica, que já existe há algum tempo, foi aperfeiçoada por médicos, incluindo o neurologista Yuri Macedo.
Macedo explica que a abordagem é chamada de estimulação cerebral profunda (DBS). Este procedimento envolve a colocação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, conhecidas como núcleos da base. Esses núcleos são essenciais para regular os movimentos. Os eletrodos funcionam como um marca-passo, ajustando a atividade cerebral e promovendo movimentos mais fluidos para quem sofre de Parkinson. Embora a doença apresente sintomas motores e não motores, a DBS tem um foco principal na melhoria dos sintomas motores.
Os tremores são um dos principais sinais da Doença de Parkinson, mas a rigidez e a lentidão dos movimentos, chamada bradicinesia, costumam ter um impacto ainda maior na vida do paciente. Além disso, muitos pacientes enfrentam desafios como instabilidade postural, constipação intestinal e anosmia, que é a dificuldade de sentir cheiros. Em estágios mais avançados da doença, a cognição pode ser afetada, levando a lapsos de memória.
### Como Funciona a Cirurgia
A cirurgia para a estimulação cerebral profunda é indicada quando os tratamentos medicamentosos não são eficazes, causam efeitos colaterais indesejados ou quando o paciente precisa de uma grande quantidade de remédios. É importante esclarecer que essa cirurgia não cura a doença; seu objetivo é melhorar os sintomas, especialmente os motores. Além disso, nem todos os pacientes respondem ao tratamento.
Macedo ressalta que como qualquer procedimento cirúrgico, a DBS envolve riscos. Os eletrodos, que são hastes metálicas, precisam ser colocados com precisão para transmitir eletricidade a áreas profundas do cérebro. Um posicionamento inadequado pode resultar em complicações, como sangramentos. Esses dispositivos são conectados a uma unidade geradora que deve ser substituída periodicamente, o que torna o procedimento mais complexo.
Vale destacar que a cirurgia não elimina a necessidade de medicamentos. Mesmo com a melhora na qualidade de vida, os pacientes continuarão a tomar remédios. Em alguns casos, os sintomas motores podem ser reduzidos em até 75%, conforme mencionado pelo especialista.
### Inovações no Tratamento
Macedo também informa que o tratamento para doenças como o Parkinson está em constante evolução. Anteriormente, o controle da atividade dos eletrodos era feito com um tablet ou controle remoto. Assim, muitos dispositivos de anos atrás ainda operam dessa maneira. No entanto, a próxima etapa é a utilização de inteligência artificial para ajustar os eletrodos com base nos movimentos do paciente. Essa inovação está em fase de estudo, mas promete melhorias significativas no tratamento.
### Considerações Finais
O Hospital Badim, onde a DBS é realizada, oferece atendimento ambulatorial em neurocirurgia, proporcionando suporte e acompanhamento a pessoas que precisam desse tipo de tratamento. Portanto, a estimulação cerebral profunda se mostra uma opção promissora para melhorar a qualidade de vida de quem é afetado pela Doença de Parkinson, embora não cure a condição e não substitua a medicação.
Se você ou alguém que você conhece está lidando com dificuldades relacionadas à Doença de Parkinson, é importante consultar um neurologista para entender melhor as opções de tratamento. O progresso na medicina continua a trazer esperança a pacientes e seus familiares, oferecendo novas abordagens e tecnologias que podem fazer toda a diferença no dia a dia.
Esse avanço não é apenas uma melhora nos sintomas, mas sim um passo em direção a uma vida com mais autonomia e conforto. Com o suporte adequado e as inovações que estão surgindo, é possível enfrentar a Doença de Parkinson de maneira mais eficaz, podendo oferecer uma nova perspectiva aos pacientes e seus entes queridos.
