Um recente estudo revelou que os elefantes utilizam 38 tipos diferentes de gestos para se comunicar com humanos, um comportamento que atrai a atenção dos cientistas. A pesquisa, realizada por investigadores da Universidade de Viena com elefantes no Zimbábue, busca entender se os animais, assim como os humanos, têm a capacidade de usar gestos intencionais para influenciar o comportamento de outros.

    Um dos principais pontos abordados pelos pesquisadores é a forma como os elefantes se comunicam. Por exemplo, ao ser oferecida uma maçã, um elefante pode indicar que deseja mais usando a tromba, em vez de fazer barulhos ou empurrar. Essa estratégia parece ser semelhante à forma como os humanos costumam se comunicar: primeiro verificam se a outra pessoa está observando e, caso positivo, usam gestos para solicitar algo.

    No experimento, os cientistas colocaram duas bandejas diante dos elefantes: uma com seis maçãs e outra vazia. Quando os elefantes percebiam que estavam sendo observados, começavam a agir. Um dos elefantes, chamado Moka, balançava a tromba na direção das frutas e estendia a tromba como se pedisse por mais maçãs. Caso recebesse apenas uma parte das frutas, continuava a gesticular até que seus desejos fossem atendidos, indicando que havia intenção em suas ações.

    No entanto, os pesquisadores notaram que, quando apresentavam apenas a bandeja vazia, os elefantes não intensificavam os gestos. Em vez disso, muitos se mantinham em silêncio, o que sugere que eles não reconheciam que o humano estava se recusando a dar comida. Isso pode indicar que os elefantes não consideravam que podiam ou deviam pedir as maçãs.

    A pesquisadora Vesta Eleuteri, autora principal do estudo, explicou que esses elefantes vivem em áreas turísticas durante o dia, mas são mantidos em recintos fechados à noite e foram treinados para não pedir comida. Isso levanta questões sobre o que os elefantes podem estar pensando ao interagir com humanos.

    Os 38 gestos identificados pelos cientistas são um componente significativo para entender a evolução da linguagem. A semelhança nas capacidades gestuais de elefantes e chimpanzés sugere que essa habilidade pode ter evoluído mais de uma vez na história da vida na Terra.

    O próximo passo da equipe de pesquisa é observar como os elefantes se comunicam entre si em ambientes naturais. A pesquisadora já está analisando gravações de interações sociais entre os elefantes para entender melhor como eles se influenciam mediante movimentos corporais. Essa investigação pode abrir novas perspectivas sobre a comunicação animal e a evolução dos comportamentos sociais.

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