Mensagens que prometem soluções rápidas para problemas de saúde têm se espalhado nas redes sociais. Muitas dessas propagandas utilizam imagens profissionais, discursos persuasivos e até celebridades para atrair a atenção dos usuários, mas, na maioria das vezes, as informações apresentadas são enganosas.
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro se debruçaram sobre esse fenômeno. Eles analisaram cerca de 170 mil anúncios em plataformas digitais com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. O estudo revelou que mais de 76% desses anúncios continham informações falsas ou enganosas sobre saúde.
Entre os anúncios analisados, a maioria oferecia tratamentos para doenças graves, como câncer, diabetes e até soluções para emagrecimento rápido. Após clicar, o usuário frequentemente é redirecionado para aplicativos de mensagens, onde é pressionado a comprar produtos ou serviços que não têm comprovação científica.
Os pesquisadores observaram que esses anúncios se aproveitam da segmentação das plataformas digitais, atingindo públicos específicos por um baixo custo. Além disso, muitos deles continuam ativos por longos períodos, e, quando removidos, são rapidamente substituídos por versões semelhantes que apresentam riscos à saúde. Essa situação gera um ciclo contínuo de desinformação.
Os impactos desses anúncios vão além das questões financeiras. A exposição constante a informações falsas pode piorar o estado de saúde de muitas pessoas, atrasar diagnósticos e prejudicar tratamentos adequados. Além disso, isso pode causar danos psicológicos e afetar a confiança da população em instituições e profissionais de saúde.
Durante um evento chamado Innovation Festival, especialistas discutiram a seriedade do problema. Em uma mesa de debate com a participação de pesquisadores, foi destacado como a desinformação na saúde é alimentada por falhas nos sistemas das plataformas digitais e pela vulnerabilidade dos usuários, que caem nas armadilhas de promessas impossíveis.
Em resumo, a pesquisa revela a existência de um ecossistema de fraudes digitais que existe devido à falta de fiscalização na publicidade de saúde e que, consequentemente, coloca a população em risco. A permanência desses anúncios enganadores compromete a segurança dos usuários e agrava os problemas sociais relacionados à saúde.
