Uma recente pesquisa sugere que os neandertais podem não ter sido completamente extintos do ponto de vista genético. O estudo foi publicado na revista científica Scientific Reports no dia 4 de novembro.
Os neandertais, uma espécie humana que viveu entre 400 mil e 40 mil anos atrás, são considerados parentes próximos dos Homo sapiens, a nossa espécie atual. A teoria mais aceita sobre sua extinção é que os neandertais foram superados pelos nossos ancestrais em um período histórico distante. No entanto, um novo modelo matemático propõe uma visão diferente sobre o destino dos neandertais.
Análises genéticas indicam que pessoas modernas, que têm ancestrais fora da África, contêm entre 1% e 4% de DNA neandertal. Isso sugere que, antes de 40 mil a.C., os Homo sapiens e os neandertais interagiram, possivelmente formando laços de parentesco.
O estudo também revela que houve uma longa relação entre Homo sapiens e neandertais, que pode ter permitido uma absorção genética quase completa ao longo de um período de 10 a 30 mil anos. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados demográficos de tribos modernas de caçadores-coletores para calcular como pequenas populações de neandertais poderiam ser incorporadas em uma população humana maior.
Essas descobertas reforçam a ideia de que as duas espécies conviveram e se reproduziram na Eurásia durante milhares de anos. Exames genéticos e achados arqueológicos mostram que hominídeos semelhantes aos sapiens podem ter estado na Eurásia desde 200.000 a.C., indicando uma possível coexistência com os neandertais.
Embora as razões para a extinção dos neandertais há 40 mil anos ainda sejam incertas, especialistas acreditam que múltiplos fatores podem ter contribuído, como mudanças climáticas, perda de diversidade genética e concorrência com Homo sapiens.
Os pesquisadores do novo estudo afirmam que seu modelo matemático não exclui essas teorias e que a deriva genética pode ter influenciado a extinção dos neandertais. Além disso, os genes neandertais que foram incorporados aos sapiens não trouxeram vantagens significativas para a sobrevivência dessa espécie em áreas mais ao norte do planeta.
Andrea Amadei, da Universidade de Roma Tor Vergata e um dos autores do estudo, considera que a pesquisa oferece uma explicação consistente para o desaparecimento gradual dos neandertais, alinhando-se a descobertas arqueológicas que mostram que sua queda na Europa foi um processo lento e contínuo, ao invés de um evento abrupto.
