Consumo excessivo de vitaminas pode prejudicar a saúde; especialistas destacam a importância do equilíbrio
O aumento do interesse por saúde e bem-estar tem feito com que muitas pessoas adotem a suplementação de vitaminas como parte de sua rotina. Entretanto, especialistas alertam que o uso excessivo desses produtos pode trazer riscos significativos à saúde, afetando órgãos vitais como o fígado e os rins.
Com a crescente popularidade do estilo de vida “wellness” nas redes sociais, a ideia de consumir vitaminas se tornou sinônimo de autocuidado. Milhões de pessoas buscam melhorar a energia, a imunidade e a longevidade por meio de suplementos. No entanto, o ditado popular “mais não é melhor” é especialmente verdadeiro nesse caso. O consumo excessivo de vitaminas pode transformar esses aliados da saúde em inimigos silenciosos.
O cenário da suplementação no país
De acordo com dados da Anvisa, o mercado de suplementos vitamínicos no país tem crescido rapidamente. Nos últimos anos, foram registradas 240 notificações de efeitos adversos relacionados a esses produtos, com cerca de um terço classificado como graves. Apenas em 2023, mais de 62 mil anúncios irregulares de suplementos foram retirados da internet. O setor movimenta mais de R$ 4 bilhões anualmente, impulsionado pela promessa de saúde imediata.
Os perigos da hipervitaminose
O consumo excessivo de vitaminas pode resultar em uma condição chamada hipervitaminose, que ocorre quando o corpo acumula quantidades tóxicas de vitaminas. Isso é mais comum com aquelas que não são facilmente eliminadas, como as lipossolúveis (A, D, E e K). Os sintomas podem variar, mas incluem dores de cabeça, náuseas, fadiga, fraqueza muscular, irritabilidade, problemas de visão e alterações na pele, como ressecamento e coceira. Em casos graves, o dano pode ser irreversível, afetando até mesmo o coração.
Sintomas a serem observados
Os sintomas da hipervitaminose podem variar de acordo com a vitamina em excesso, incluindo:
- Vitamina A: pode causar tontura, náuseas e danos ao fígado.
- Vitamina B: embora seja eliminada com facilidade, seu excesso pode provocar irritações na pele e problemas digestivos.
- Vitamina D: em altas doses, pode aumentar os níveis de cálcio no sangue, levando a problemas como pedras nos rins e arritmias.
- Vitamina E: quantidades excessivas podem interferir na coagulação do sangue, aumentando o risco de hemorragias.
- Vitamina C: em megadoses, pode causar cólicas, diarreia e formação de cálculos renais.
A importância da orientação profissional
A suplementação de vitaminas deve sempre ser realizada sob a supervisão de um médico ou nutricionista. Muitas vezes, uma alimentação balanceada é suficiente para atender às necessidades diárias de vitaminas e minerais. Tanto a deficiência quanto o excesso de nutrientes podem levar a problemas de saúde. O ideal é encontrar um equilíbrio.
Caso uma pessoa suspeite de hipervitaminose, é fundamental procurar um clínico geral para avaliação. Em alguns casos, a suspensão do uso de suplementos pode ser necessária para evitar complicações mais graves.
