Este ano foi marcante para a astronomia, com a NASA superando a marca de 6.000 exoplanetas confirmados, ou seja, planetas que orbitam estrelas fora do nosso sistema solar. Além disso, existem milhares de outros candidatos em análise, e as previsões indicam que esse número deve continuar a crescer nos próximos anos.

    A busca por exoplanetas começou há mais de 30 anos, quando o primeiro foi descoberto em 1995: 51 Pegasi b. Essa descoberta, que rendeu um Prêmio Nobel, foi um marco na pesquisa astronômica e revolucionou a forma como observamos o universo.

    Telescópios espaciais, como o Kepler e o TESS (Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito), têm sido fundamentais nesse processo. Esses instrumentos monitoram o brilho de estrelas e conseguem identificar pequenas quedas de luz que indicam a passagem de um planeta em frente da estrela. Com mais dados, a compreensão sobre a Via Láctea e a diversidade planetária na galáxia se expandiu rapidamente.

    Planetas fora do Sistema Solar são comuns e muitos sistemas planetários apresentam características muito diferentes das que observamos no nosso sistema. Por exemplo, novos tipos de planetas, como as super-Terras, que são maiores que a Terra, e os Júpiteres quentes, que orbitam muito perto de suas estrelas, têm desafiado a forma como entendemos a formação dos planetas.

    Recentes descobertas mostraram que muitos planetas parecem ter migrado após sua formação, alterando suas órbitas originais. Isso sugere que a galáxia é muito mais complexa e diversificada do que se imaginava anteriormente.

    Entre as descobertas de 2025, destacam-se os planetas que orbitam dois sóis, conhecidos como mundos “tipo Tatooine”. Um exemplo é o 2M1510 (AB) b, que orbita duas anãs marrons, ou “estrelas fracassadas”. Esta descoberta foi um desafio, pois se acreditava que ambientes assim seriam muito instáveis para a formação de planetas.

    Além disso, um novo sistema binário, TOI-2267, foi identificado com três planetas do tamanho da Terra, orbitando duas estrelas, algo considerado inédito em tais sistemas compactos. Outro exoplaneta importante foi HD 143811 (AB) b, observável através de técnicas especiais de imagens, sendo um exemplo de como as novas tecnologias têm ampliado nossas capacidades de observação.

    Um exoplaneta que gerou grande interesse foi o K2-18b, que apresentou sinais químicos que podem estar associados à vida, em especial a presença de sulfeto de dimetila na atmosfera. No entanto, essa interpretação gerou controvérsias, e outros estudos sugerem que esses sinais poderiam ser resultantes de processos não biológicos.

    O TRAPPIST-1e, um planeta do tamanho da Terra, foi observado com novas análises que indicam a possibilidade de uma atmosfera fina, o que reduz a chance de água líquida em sua superfície. Ao longo do ano, também ocorreram avanços nas observações de Proxima Centauri, a estrela mais próxima, onde a existência de Proxima b, um planeta rochoso, foi confirmada com maior precisão.

    Entre as descobertas, muitos planetas foram identificados em processos de desintegração devido às suas proximidades com as estrelas. Por exemplo, BD+05 4868 Ab se destaca por perder material constantemente, enquanto WASP-121b apresenta uma atmosfera em processo de desaparecimento.

    Essas descobertas são um reflexo da diversidade e complexidade do universo, ampliando nosso entendimento sobre a formação e a sobrevivência de planetas em condições extremas. A cada novo exoplaneta, avançamos um pouco mais na nossa compreensão da galáxia, revelando que ainda há muito a ser explorado e aprendido sobre o nosso cosmos.

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