Quando se fala em estudar fora, os países que geralmente vêm à mente são os Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. O Reino Unido, conhecido por suas universidades de alto nível, oferece um ensino de qualidade e um processo de admissão mais direto em comparação ao modelo dos EUA.
Para entender como esse processo funciona, conversamos com Gabriel Pedroza, um estudante brasileiro de Engenharia na Universidade de Cambridge. Ele compartilhou como se preparou para conseguir uma vaga em uma das instituições mais disputadas do mundo.
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#### Planejamento com antecedência
Candidatar-se a universidades britânicas exige boa organização e, principalmente, tempo. As inscrições são feitas pela UCAS (Universities and Colleges Admissions Service), que é a plataforma que concentra todas as candidaturas. Cada estudante pode escolher até cinco universidades, então é importante ser estratégico nessa seleção.
Gabriel observa que, diferente dos Estados Unidos, o calendário do Reino Unido é bem mais rígido. Quem quer começar a faculdade em setembro precisa ter tudo pronto até o final do ano anterior. Algumas universidades, como Oxford e Cambridge, fecham as inscrições ainda mais cedo, geralmente em outubro, e o candidato deve escolher apenas uma das duas.
#### Critérios acadêmicos
Nos Estados Unidos, a análise costuma considerar o histórico pessoal como um todo. Em contrapartida, o foco nas universidades da Inglaterra é quase exclusivamente nas realizações acadêmicas. As instituições avaliam principalmente as notas em exames oficiais, como os A-Levels, para estudantes britânicos, ou equivalentes internacionais, como o Advanced Placement (AP) e o International Baccalaureate (IB).
Para o curso de Engenharia em Cambridge, a exigência é alta. Os candidatos precisam apresentar resultados excepcionais em várias matérias. Gabriel começou a se preparar pelo menos um ano antes, escolhendo quais provas seriam mais adequadas para o curso.
Além das notas, é preciso comprovar proficiência em inglês. Cambridge cobra notas bastante altas em testes como o TOEFL ou o IELTS, que são níveis comparáveis ou até superiores aos exigidos por universidades americanas renomadas.
#### Redação e cartas de recomendação
Um dos documentos necessários é o “personal statement”, que é uma redação onde o candidato explica por que deseja estudar determinado curso. Esse texto é diferente das essays dos Estados Unidos. Aqui, não se deve contar histórias pessoais. O foco deve ser acadêmico, detalhando o que o aluno estudou e quais projetos realizou.
Gabriel trabalhou nessa redação durante as férias, após as provas do AP, e destaca a importância de começar cedo para evitar correria e revisões de última hora. Além disso, o processo pede cartas de recomendação, geralmente escritas por professores que podem apontar o desempenho e interesse do aluno.
#### Entrevistas e diferenciais
As universidades mais seletivas, como Oxford e Cambridge, fazem entrevistas que são etapas importantes da seleção. Ao contrário do que muitos pensam, essas entrevistas não são pessoais, mas sim desafios intelectuais. Os candidatos precisam resolver questões ou problemas lógicos na frente de professores.
Gabriel relata que esse foi um dos momentos mais desafiadores do processo. Ele recebeu perguntas de raciocínio matemático e científico, que exigiam agilidade e clareza. Ele acredita que sua participação em Olimpíadas de conhecimento foi um grande diferencial, ajudando a desenvolver o raciocínio rápido e a confiança.
#### A escolha por Cambridge
Antes de escolher a Inglaterra, Gabriel também considerou universidades nos Estados Unidos. Mas optou por Cambridge devido ao sistema de colleges, que são comunidades pequenas dentro da universidade. Essas comunidades estruturam a vida acadêmica e social dos alunos.
Em Cambridge, cada estudante pertence a um College específico, que se responsabiliza por mentoria, alimentação, acomodação e até suporte financeiro. Essa organização, que mistura tradição e proximidade, pesou na decisão de Gabriel. Ele escolheu um College com boa estrutura e quartos individuais, o que facilitou o início da sua nova experiência.
Ele resume o processo de admissão de forma simples: não tem segredos, só preparação. Para Gabriel, a parte mais difícil foi estudar realmente muito. Para quem sonha em seguir o mesmo caminho, ele dá o conselho de começar cedo, entender as exigências de cada curso e focar nas conquistas acadêmicas.
O processo de estudar no exterior requer dedicação e planejamento, mas é uma experiência que vale a pena. Se você está pensando em entrar nessa jornada, comece a se preparar agora e mantenha o foco nos seus objetivos.
