O período do fim do ano traz à mente imagens de sol, praia, confraternizações e mesas cheias. No entanto, esse clima festivo também é um convite ao aumento de doenças. As altas temperaturas, a conservação inadequada de alimentos e o contato próximo entre as pessoas tornam essa época propensa a problemas de saúde, como gastroenterites, intoxicações alimentares, infecções respiratórias e arboviroses.

    Diante disso, a infectologista Carla Kobayashi, do Hospital Sírio-Libanês, alerta sobre os riscos comuns nesse período. O calor intenso facilita a multiplicação de microrganismos, enquanto as festas, viagens e reuniões familiares aumentam a exposição a vírus e bactérias.

    ### Aumento das gastroenterites

    As doenças gastrointestinais são as mais frequentes nos atendimentos médicos no fim do ano. Esses problemas geralmente ocorrem devido à contaminação por bactérias e vírus que se proliferam em ambientes quentes e úmidos, especialmente quando a higiene das mãos ou o armazenamento dos alimentos não são feitos corretamente.

    A principal complicação das gastroenterites é a desidratação, que pode ser muito grave, especialmente em crianças e idosos. Sinais como diminuição na frequência urinária, vômitos persistentes e dificuldade para ingerir líquidos indicam que é necessário buscar atendimento médico.

    Durante essa época, é comum deixar alimentos fora da refrigeração por longos períodos, seja em festas, viagens ou na praia. Em condições de calor, microrganismos como Salmonella e Escherichia coli prosperam. Os sintomas típicos incluem diarreia, vômitos, febre e dor abdominal.

    Estudos mostram que doenças diarreicas continuam a ser uma das principais causas de morte no mundo, afetando especialmente crianças e idosos, apesar de uma redução significativa nos números nas últimas décadas.

    ### Infecções respiratórias no calor

    Mesmo com o calor do verão, as infecções respiratórias permanecem uma preocupação. Vírus como influenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório e o coronavírus continuam a circular, especialmente durante as aglomerações em festas de fim de ano e encontros familiares.

    Esse aumento do contato entre pessoas facilita a disseminação de vírus respiratórios. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, dor de garganta, coriza, tosse e dores no corpo.

    ### Vigilância contra arboviroses

    O Ministério da Saúde informa que os meses mais quentes e chuvosos do fim do ano aumentam o risco de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. Apesar de uma redução significativa nos casos de dengue, com uma queda de mais de 70% em 2025, a vigilância ainda é essencial. Entre janeiro e outubro deste ano, cerca de 1,3 milhão de casos prováveis de dengue foram registrados.

    A especialista ressalta que a diminuição dos números não significa que o risco foi eliminado. O combate ao mosquito responsável pela transmissão continua a ser a principal forma de prevenção.

    ### Como se proteger de doenças no fim do ano

    Alguns cuidados simples podem ajudar a proteger a saúde durante o fim do ano:

    – Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e depois de comer ou usar o banheiro.
    – Evite alimentos que tenham ficado fora da geladeira por muito tempo, especialmente aqueles que contêm ovos ou maionese.
    – Consuma apenas água potável e frutas bem lavadas.
    – Beba bastante água para se manter hidratado.
    – Evite aglomerações se apresentar sintomas de resfriado.
    – Cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, e evite compartilhar copos ou talheres.
    – Use repelente e elimine locais que possam servir de criadouros para mosquitos.

    Além disso, é importante prestar atenção à alimentação e à hidratação. Escolher refeições leves e frescas, e evitar excessos, são passos que podem ajudar a manter a saúde em dia durante as festividades de fim de ano.

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