No dia 12 de dezembro, comemora-se o Dia Internacional da Saúde Universal. Esta data é uma oportunidade de reconhecer a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no país, considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. No entanto, também é um momento para refletir sobre os desafios enfrentados pelo sistema.
A pressão sobre o SUS tem aumentado, principalmente devido ao envelhecimento da população e às desigualdades sociais. Ao mesmo tempo, o financiamento do sistema não está acompanhando essa demanda crescente. A Instituição Fiscal Independente (IFI) aponta que o financiamento necessário deve crescer, em média, 3,9% ao ano nas próximas décadas, o que representa um aumento de cerca de R$ 10 bilhões anuais. Contudo, as novas regras fiscais limitam esse crescimento a no máximo 2,5% por ano, um ritmo que não será suficiente para garantir a eficácia do SUS.
No Rio Grande do Sul, a situação é evidente no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que atende milhares de usuários na Região Metropolitana. As equipes de saúde estão sobrecarregadas e enfrentam dificuldades para repor profissionais. A infraestrutura está operando no limite, o que demonstra que a dedicação dos trabalhadores da saúde não é suficiente sem os investimentos necessários.
Além dos problemas financeiros, é fundamental repensar a gestão do sistema. O GHC precisa evitar decisões improvisadas e terceirizações que não são transparentes, que podem fragilizar as equipes e comprometer a continuidade do atendimento. Para que o SUS possa cumprir sua missão de atender a todos, é imprescindível que a gestão seja profissional, estável e voltada para o interesse da população.
A discussão não deve se restringir apenas ao equilíbrio fiscal. O que realmente está em jogo é o conceito de saúde universal. Limitar o orçamento do SUS significa restringir o acesso dos cidadãos à saúde. Os gaúchos entendem a importância de ter um SUS forte, especialmente em tempos de reconstrução após crises de diferentes naturezas.
Portanto, no Dia Internacional da Saúde Universal, existem motivos para celebrar, mas também para exigir melhorias. Sem um financiamento adequado e uma gestão eficiente e transparente, o direito à saúde para todos não poderá ser garantido.
