Na manhã de segunda-feira, 22 de outubro, o transporte público no Rio de Janeiro enfrentou sérios problemas. Aproximadamente 1.300 funcionários das empresas de ônibus Vila Isabel e Real paralisaram suas atividades, resultando na suspensão de 24 linhas que conectam a Zona Norte a várias regiões da cidade, incluindo Sul, Sudoeste e Central.
Esta é a segunda greve da categoria em três meses. O Sindicato dos Rodoviários relatou que a decisão de interromper os serviços foi motivada por uma série de queixas relacionadas à desvalorização e precarização das condições de trabalho. Entre os principais problemas estão a falta de pagamento de salários e do vale-alimentação, férias atrasadas desde outubro, e a ausência de depósitos do FGTS e do INSS. Além disso, os trabalhadores enfrentam demissões coletivas sem o pagamento adequado.
O sindicato também destacou questões como a retenção indevida de valores referentes a pensões alimentícias e empréstimos consignados, a interrupção abrupta do plano odontológico e as péssimas condições dos ônibus, que não recebem a manutenção necessária e apresentam problemas de limpeza. Os grevistas realizaram protestos em locais estratégicos, como a Central do Brasil e a Avenida Brasil, e a liderança do movimento declarou que a greve continuará até que todas as pendências financeiras sejam resolvidas.
Em resposta ao caos no transporte, a Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro determinou que outros consórcios de ônibus assumam temporariamente as linhas afetadas, aumentando o número de viagens em rotas alternativas para minimizar o impacto na mobilidade urbana. A Prefeitura garantiu que os repasses financeiros para os consórcios estão em dia, caracterizando a situação como um conflito trabalhista entre as empresas e seus funcionários.
As empresas envolvidas na greve, Vila Isabel e Real, vêm enfrentando uma crise prolongada. Relatórios recentes revelaram uma redução na frota de ônibus e carência de veículos em funcionamento adequado, o que aumentou a insegurança no transporte. Um incidente grave ocorreu em novembro, quando um ônibus de uma das empresas pegou fogo dentro do Túnel Rebouças, destacando ainda mais a situação crítica do sistema de transporte na cidade. Os representantes do setor, por meio das associações Rio Ônibus e Consórcio Intersul, afirmam que esses eventos refletem a profunda crise financeira que o transporte rodoviário enfrenta no Rio de Janeiro.
