Os católicos de todo o mundo aguardam ansiosos o momento em que será proclamada a frase “Habemus Papam”, que significa “Temos um papa”. Essa expressão é utilizada para anunciar a escolha de um novo pontífice durante o conclave, que é o encontro dos cardeais para a eleição do líder da Igreja Católica. Quando o novo papa é eleito, o cardeal responsável faz a proclamação da frase na varanda da basílica de São Pedro, logo após o que o novo pontífice aparece, faz seu primeiro discurso e concede a bênção “urbi et orbi” (À cidade e ao mundo).

    A origem exata da expressão “Habemus Papam” não é clara, mas muitos estudiosos acreditam que ela se tornou popular após o Cisma do Ocidente, um período de crise na Igreja em que houve disputas políticas e vários papas coexistiram. Com a resolução dessas disputas e a confirmação de um único papa, a tradição do anúncio passou a ser utilizada para validar a legitimidade do novo líder, centralizando a autoridade na figura do pontífice.

    De acordo com especialistas na pesquisa da história da Igreja, a fórmula “Habemus Papam” foi oficialmente adotada no século XV. O primeiro uso documentado foi em 1417, com a eleição do Papa Martinho V. Atualmente, o cardeal responsável por fazer o anúncio é o francês Dominique Mamberti, de 73 anos, que é o protodiácono. Se Mamberti for eleito o novo papa, a responsabilidade de anunciar a escolha passará para o cardeal-diácono mais antigo, que neste caso é o italiano Mario Zenari.

    Os cardeais são divididos em três categorias: diáconos, presbíteros e bispos. Apesar dos rótulos, a maioria dos cardeais desde a Idade Média são bispos, com alguns presbíteros atuando como exceção. O cardeal mais velho entre os diáconos, conhecido como protodiácono, é quem anuncia aos fiéis o nome do novo papa.

    Antes de fazer o anúncio, o cardeal eleito deve passar por algumas etapas formais. Ele terá que responder a duas perguntas: “Aceita sua eleição canônica para Sumo Pontífice?” e “Como deseja ser chamado?”. Caso aceito, ele se torna o papa e também o bispo de Roma.

    A tecnologia também tem desempenhado um papel importante na modernização desse processo. O diácono Eduardo Douglas, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, destaca que agora os fiéis em todo o mundo podem acompanhar esse momento significativo do cristianismo de perto. O primeiro “Habemus Papam” filmado foi o de Pio XII, em 1939, mas a primeira transmissão ao vivo foi realizada na eleição de João Paulo I, em 1978. Desde então, o interesse em acompanhar os rituais e procedimentos do conclave tem aumentado, permitindo que mais pessoas testemunhem este evento importante para a Igreja.

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