Você notou que seus cabelos estão afinando ou tem falhas no couro cabeludo e está sem saber o motivo? Embora fatores como estresse, alimentação e produtos químicos possam influenciar, existe um ponto que muitas vezes passa batido: a queda de cabelo causada por hormônios. Mudanças nos níveis de hormônios, como estrogênio, progesterona, testosterona, cortisol e hormônios da tireoide, podem ativar um processo que enfraquece os fios, levando à queda. Neste texto, você vai entender como identificar essas causas hormonais, quais exames fazer e qual tratamento é recomendado. Se você quer saber mais para cuidar da sua autoestima e da saúde dos seus cabelos, continue a leitura.
Como os hormônios afetam os cabelos?
Os folículos capilares têm receptores que são sensíveis aos hormônios. Quando os níveis desses hormônios ficam desbalanceados, o ciclo capilar (que inclui as fases de crescimento, repouso e queda dos fios) pode se alterar. Algumas situações comuns que podem causar isso são:
- Pós-parto: muitas mulheres notam uma queda intensa de cabelo entre 3 a 6 meses após dar à luz, isso acontece pela queda brusca de estrogênio.
- Menopausa: nessa fase, a diminuição do estrogênio e da progesterona pode potencializar a ação da testosterona sobre os folículos capilares.
- Distúrbios da tireoide: tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem atrasar o ciclo de crescimento dos cabelos.
- Uso de anabolizantes ou contraceptivos: esses produtos podem provocar oscilações nos andrógenos, levando à alopecia androgenética.
- Estresse crônico: o aumento do cortisol pode afetar a circulação sanguínea nos folículos, acelerando a queda.
Quando esses fatores se manifestam, pode ocorrer a queda de cabelo hormonal, que é caracterizada pelo afinamento gradual dos fios, especialmente na parte superior da cabeça em mulheres e na linha frontal em homens.
Sinais de que a queda de cabelo é hormonal
Nem toda a perda de cabelo é causada por hormônios, mas alguns sinais podem indicar que esse é o problema. Fique de olho em:
- Perda de mais de 100 fios por dia por mais de quatro semanas.
- Afinamento geral na parte central da cabeça ou aumento nas entradas.
- Fios novos que aparecem muito finos, conhecidos como “miniaturizados”.
- Um surgimento repentino de oleosidade ou caspa sem mudança nos produtos que usa.
- Alterações no ciclo menstrual, acne na idade adulta ou ganho de peso sem explicação aparente.
A presença de sintomas como alterações menstruais pode ajudar a identificar que a queda de cabelo hormonal está presente. Também é bom observar se alguém da sua família, como pais ou avós, teve problemas similares, pois isso pode aumentar suas chances de ter a mesma questão.
Como confirmar o diagnóstico
Se você suspeitar que a sua queda de cabelo é hormonal, o ideal é procurar um médico. Os dermatologistas e endocrinologistas costumam pedir alguns exames importantes:
- Perfil hormonal: testes para verificar níveis de testosterona (total e livre), DHT, estrogênio, progesterona e prolactina.
- Função da tireoide: exames para checar TSH, T3 livre e T4 livre.
- Ferritina e vitamina D: a ausência desses nutrientes pode agravar a queda de cabelo.
- Tricoscopia digital: um exame com alta resolução que avalia a densidade e o diâmetro dos fios.
- Biópsia do couro cabeludo: em certos casos, isso ajuda a descartar tipos específicos de alopecia.
Após os resultados, o médico consegue entender se você tem alopecia androgenética, eflúvio telógeno ou outro problema e, então, monta um plano de tratamento adequado.
Opções de tratamento e cuidados diários
O tratamento para queda de cabelo hormonal envolve tanto correção a nível interno quanto estímulos externos. Algumas das opções que costumam ser indicadas são:
- Reposição hormonal: indicada para mulheres na menopausa ou no pós-parto, sempre com acompanhamento rigoroso.
- Finasterida ou dutasterida, por via tópica ou oral: ajudam a bloquear a transformação da testosterona em DHT, que é o hormônio responsável por enfraquecer os folículos.
- Minoxidil: um remédio tópico que ajuda a prolongar a fase de crescimento dos fios.
- Laser de baixa potência: esse tratamento estimula os folículos e pode resultar em um melhor crescimento do cabelo.
- Suplementação: é bom incluir ferro, zinco, biotina e vitamina D, pois as deficiências desses nutrientes podem agravar a queda.
- PRP (plasma rico em plaquetas): um tratamento que envolve injeções do plasma do próprio paciente, que contém fatores de crescimento.
Além dos tratamentos, adotar práticas saudáveis no dia a dia pode ajudar muito:
- Tenha uma alimentação rica em proteínas magras, vegetais e oleaginosas.
- Evite usar chapinhas e secadores em temperaturas altas, pois o calor excessivo pode quebrar os fios.
- Lave o cabelo regularmente para evitar acúmulo de oleosidade e sujeira.
- Administre seu estresse, respeitando horários para dormir, se exercitando e até meditando.
Seguir essas dicas pode potencializar a eficácia do tratamento e contribuir para controlar a queda de cabelo hormonal.
Quando procurar um especialista e perguntas úteis
Se você perceber que está perdendo cabelo por mais de 30 dias ou perceber falhas visíveis, é hora de marcar uma consulta. Para isso, leve anotações sobre:
- Quando a perda começou, quão intensa tem sido e como tem evoluído.
- Quais medicamentos, suplementos e contraceptivos você está usando.
- Se tem histórico familiar de doenças autoimunes, problemas na tireoide ou síndrome dos ovários policísticos.
- Seus hábitos de cuidados com os cabelos.
Ao ir ao médico, não deixe de perguntar:
- Qual é o diagnóstico exato da minha queda de cabelo?
- Meus níveis hormonais estão normais?
- Quais são os tratamentos mais viáveis e com melhor custo-benefício?
- Em quanto tempo eu posso esperar ver resultados?
- Quais efeitos colaterais eu preciso ficar de olho?
Com informações claras, você poderá decidir junto ao médico a melhor forma de lidar com a queda de cabelo hormonal e, assim, poderá se sentir mais confiante.