Celebrar o aniversário de um restaurante é um evento importante, especialmente em Belo Horizonte, onde a competição no setor gastronômico é intensa. Nesta edição do especial “Um século de sabores”, destacamos estabelecimentos mais jovens, mas que já se tornaram referências na cidade, trazendo novidades ao paladar local.

    ### Casa Bonomi: Uma Revolução na Panificação

    Fundada em 1996, a Casa Bonomi, localizada no Bairro Funcionários, surgiu da ideia de Paula Bonome, ex-bailarina do Grupo Corpo, que queria trazer para Belo Horizonte produtos como o croissant, ausentes no mercado local. No início, Paula enfrentou certa resistência, já que a cidade estava habituada a padarias que funcionavam mais como mercadinhos. Muitos clientes estranhavam o novo conceito, mas, mesmo assim, sua persistência e a qualidade dos produtos conquistaram o público.

    Paula acredita que foi uma das pioneiras em trazer a fermentação natural para a cidade, aprendendo na prática e sem muitos cursos disponíveis na época. Atualmente, ela reconhece que a situação é bem diferente, com mais mão de obra qualificada e produtos de qualidade acessíveis. Entre as iguarias da Casa Bonomi, destacam-se o croissant, a R$ 14,50, e a baguete, a R$ 18, que já se tornaram clássicos na cidade.

    ### Alguidares: Um Sabor da Bahia em BH

    Deusa Prado chegou a Belo Horizonte e identificou a falta de opções para frutos do mar. Com isso, decidiu abrir o Alguidares no Bairro Sion, um restaurante que traz o melhor da culinária baiana. Inaugurou o espaço convidando amigos e vizinhos, e o sucesso foi tanto que logo no primeiro domingo faltou ingrediente no cardápio.

    O Alguidares completa 30 anos no início de 2026, oferecendo pratos como a famosa moqueca de camarão, que custa R$ 189 e agrada o paladar mineiro. Deusa sabe que, para o sucesso, é preciso oferecer comida saborosa e um bom atendimento, além de contar com a sorte. Por isso, adaptou o tempero do arroz, que os clientes achavam sem gosto, ao paladar local.

    ### Glouton: Modernidade na Gastronomia Mineira

    O Glouton, aberto em 2013 no Bairro Lourdes, trouxe uma nova abordagem à culinária mineira. O chef Leo Paixão decidiu unir técnicas francesas com ingredientes típicos da região. A casa se destacou por servir comida mineira de forma contemporânea, como a papada de porco com mil folhas de mandioca, a R$ 145, e o arroz de galinha com quiabo, a R$ 125. Leo acredita que a valorização dos ingredientes locais é fundamental e considera o Glouton um futuro clássico da cidade.

    ### Cabernet Butiquim: Vinho e Boteco

    O Cabernet Butiquim, na Savassi, revolucionou a forma como se consome vinho em Belo Horizonte, misturando a sofisticação dos vinhos com a simplicidade dos petiscos de boteco. Criado por Pablo Teixeira, o espaço se destaca por sua informalidade, oferecendo uma mistura inovadora que fez sucesso entre os clientes. O menu inclui pratos como a couve-flor crocante, que se tornou um dos queridinhos do público.

    ### Redentor: Chope Gelado e Boemia

    Inaugurado há quase 23 anos, o Redentor se tornou um ponto de referência para quem busca chope gelado em Belo Horizonte. Daniel Ribeiro, gestor do bar, comenta que a casa foi uma das pioneiras na cidade, ajudando a desmistificar a ideia de que chope era uma bebida elitizada. O cardápio é recheado de petiscos inspirados na boemia carioca, como bolinhos variados e porções de rabada.

    ### Desafios e Adaptações

    Cada um desses estabelecimentos enfrentou desafios ao longo dos anos, desde a competição até a gestão de custos. Especialistas destacam a importância do planejamento e da adaptação às necessidades do cliente para que os negócios prosperem. Essa visão pragmática é o que mantém essas casas relevantes no cenário gastronômico de Belo Horizonte.

    Esses restaurantes não apenas servem comidas de qualidade, mas também representam a rica diversidade e evolução da gastronomia na capital mineira, mostrando que, com inovação e boa gestão, é possível conquistar o paladar dos belo-horizontinos.

    Share.