Insuficiência Venosa Crônica: O Que Você Precisa Saber
A sensação de dor, cansaço e peso nas pernas, muitas vezes acompanhada de ardência, é algo que muitos sentem, especialmente ao final do dia. Esses sinais podem indicar a insuficiência venosa crônica, uma condição mais comum do que se imagina, afetando cerca de 40% da população brasileira. Este problema é gerado por alterações no sistema venoso, onde as veias não conseguem retornar o sangue de forma eficiente ao coração, resultando em uma série de desconfortos.
Quando as veias se tornam insuficientes, ocorre um refluxo sanguíneo ou obstruções, aumentando a pressão nas veias das pernas. Essa pressão elevada provoca sintomas como cansaço, dor e o surgimento de varizes. Varizes são veias dilatadas e tortuosas, geralmente de cor roxa ou azul, que se formam devido ao enfraquecimento das paredes das veias. Com o tempo, essas alterações podem levar à insuficiência das válvulas que controlam o fluxo sanguíneo.
Além das varizes, outros sinais de alerta incluem inchaço nas pernas, principalmente ao final do dia, e manchas escuras nos tornozelos. Essas manchas são conhecidas como dermatite ocre e podem ser acompanhadas por endurecimento da pele. O acúmulo de gordura sob a pele também pode ocorrer, resultando na lipodermatoesclerose. Outros sintomas podem incluir hematomas, eczema e até úlceras, que podem surgir em casos mais graves.
Para identificar a insuficiência venosa crônica, o médico geralmente realiza um exame físico e considera o histórico clínico do paciente. O ultrassom Doppler é o principal exame complementar, permitindo uma avaliação detalhada do sistema venoso. Esse exame ajuda a mapear as veias superficiais e profundas e pode ser realizado facilmente em ambientes hospitalares.
O tratamento dessa condição deve ser adaptado a cada paciente, dependendo da gravidade dos sintomas. Para aqueles que apresentam sintomas ou inchaço, é comum o uso de meias de compressão elástica, que ajudam a melhorar a circulação. Também podem ser prescritos medicamentos que atuam na circulação sanguínea, conhecidos como venoativos ou flebotônicos.
Em casos de varizes menores, a escleroterapia é uma opção. Neste procedimento, uma substância é injetada nas veias afetadas, fazendo com que elas se fechem. Em muitas situações, essa técnica é combinada com o uso de laser, que também pode trazer bons resultados estéticos e funcionais.
Pacientes com varizes primárias podem optar pela cirurgia, que não apenas melhora a aparência das pernas, mas também reduz os sintomas e o refluxo venoso. Existem técnicas minimamente invasivas, como a microincisão, para a remoção das varizes. Às vezes, a veia safena precisa ser removida. A termoablação endovenosa a laser é uma alternativa menos invasiva, promovendo uma recuperação mais rápida.
É importante ressaltar que ter um histórico familiar de insuficiência venosa pode aumentar o risco de desenvolver o problema. Portanto, adotar hábitos saudáveis é essencial. Caminhar diariamente e praticar atividades físicas, como musculação, corrida, natação ou ciclismo, são fundamentais. Evitar calçados com saltos altos ou sem salto também pode ajudar a prevenir complicações.
Outras dicas incluem controlar o peso, evitar ficar muito tempo em pé ou sentado sem intervalo, usar meias elásticas regularmente, além de manter uma dieta rica em fibras e hidratação para evitar constipação. Elevar as pernas à noite é uma prática benéfica para facilitar a circulação sanguínea.
Consultas regulares com um especialista em angiologia ou cirurgia vascular são recomendadas. Esses profissionais podem realizar uma avaliação cuidadosa e sugerir um tratamento adequado, ajudando a prevenir a evolução das varizes e possíveis complicações futuras.
Por todas essas razões, estar atento aos sinais do corpo e buscar orientação médica ao notar sintomas é essencial. O cuidado constante, aliado a hábitos saudáveis, pode fazer toda a diferença na qualidade de vida e na saúde das pernas.
