Um debate recente entre desenvolvedores de jogos no Japão levantou questões sobre a eficácia de tutoriais em jogos, especialmente nos momentos iniciais. Muitos jogadores expressam descontentamento com instruções longas, a ponto de alguns desistirem do jogo ao perceberem que estão gastando muito tempo com explicações.
Houve um compartilhamento dessas preocupações pela Automaton Media, que destacou que um programador e produtor japonês, com experiência em empresas de renome como Square Enix e SNK, notou que muitos jogadores abandonam o jogo durante os tutoriais. Ao analisar dados de atividade, ele percebeu que, embora os jogadores alegassem que as explicações eram insuficientes, na verdade, muitos não estavam lendo o que era apresentado. O que realmente os desmotivava era a sensação de estarem demasiado tempo sem jogar.
Com essa nova visão, o produtor decidiu encurtar os tutoriais. O resultado foi positivo, com uma redução significativa no número de desistências antes que os jogadores completassem essa parte inicial. Essa experiência gerou um consenso entre outros desenvolvedores: é mais eficaz oferecer uma experiência de jogo empolgante desde o início do que sobrecarregar o jogador com instruções.
Hiroyuki Matsumoto, que trabalha com várias produtoras de jogos, afirmou que os jogadores querem focar na diversão e não em tutoriais. Ele enfatizou que, se o jogo passar muito tempo explicando suas mecânicas, corre o risco de perder a atenção do jogador.
Um criador de jogos independentes comentou que, na sua experiência, os jogadores normalmente não buscam instruções até que realmente precisem delas. Ele elogiou a Nintendo por sua abordagem, que geralmente oculta os tutoriais dentro do próprio jogo, permitindo que os jogadores explorem e aprendam à medida que jogam.
Os jogos da série The Legend of Zelda foram citados como exemplos de como os tutoriais podem ser bem integrados, permitindo uma experiência mais fluida. Outro título mencionado foi Donkey Kong Bananza, que também é elogiado por sua forma de introduzir mecânicas ao jogador.
Essa discussão entre desenvolvedores reflete uma mudança no entendimento sobre como os jogos devem ser apresentados, priorizando a empolgação e a interação dos jogadores em vez de longas explicações.
