Uma cena simples entre gatos nos ensina sobre amor, propósito e novos começos. O que podemos aprender ao observar o jeito silencioso desses animais? Vamos explorar essa reflexão mais a fundo neste texto!

    Eu já escrevi bastante sobre animais. O mundo dos bichos sempre me faz pensar. Mas tem momentos em que esses assuntos vão além da filosofia simples e chegam a áreas mais profundas da nossa mente.

    Recentemente, observei nossa gata. Ela é uma vira-lata malhada de cinza e nasceu aqui em casa. Sua primeira ninhada foi em nossa nova residência e, dos quatro gatinhos, ficamos apenas com ela.

    Essa gata já teve filhotes várias vezes. Na última ninhada, porém, tivemos que correr ao veterinário, o Raul, porque ela teve complicações. A cesariana foi de emergência e eu até assisti, quase como uma estagiária. Infelizmente, os três filhotes não conseguiram sobreviver.

    Após a cirurgia, a gata se recuperou, mas não engravidou mais. Depois de um tempo, ela teve outra infecção. Novamente, lá fomos ao Raul.

    Dessa vez, a situação era séria. Se não fosse feita uma cirurgia para remover a infecção, poderíamos perdê-la. Então, ela passou por outra operação e, dessa vez, perdeu a capacidade de ter filhotes para sempre.

    Tudo isso aconteceu há pouco mais de um ano e desde então, a gata se transformou. Ela sempre foi mais assustada e não gostava muito de pessoas. Era independente, vivia na rua caçando. Após a cirurgia, no entanto, a história mudou. Ela ficou mais calma, mas parecia triste, como se tivesse perdido o sentido da vida. Isso me incomodava.

    Então, a gata começou a me ensinar uma lição importante. Há três meses, ganhamos um filhotinho. Ele chegou já desmamado e comendo ração. Um gatinho amarelo e malhado, muito fofo. Quando eu era criança, meu avô me chamava de “gata amarela”, então isso trouxe boas recordações.

    Batizamos o filhotinho de “Amarelo”. Inicialmente, a gata não se importou com ele. O pequeno, cheio de energia, sempre corria atrás dela, mas ela não dava bola.

    Com o passar do tempo, ela começou a se abrir. Primeiro, veio uma lambida. Depois, com muita paciência, suportou as mordidas e arranhões do “Amarelo”.

    Hoje, eles são inseparáveis. Ela se tornou uma verdadeira mãezona. Começou até a amamentá-lo. No início, achamos que era só um momento de carinho, o que já me deixava feliz. Mas, para minha surpresa, ela começou a produzir leite!

    Isso me fez refletir sobre amor e adoção. Nunca pensamos muito sobre adoção aqui em casa. Temos um espaço grande, cheio de brinquedos, mas sem crianças. Foi preciso a nossa gata passar por isso para me fazer perceber que amar e doar estão muito relacionados à adoção. Quem sabe este não é um bom momento para refletir sobre isso?

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