As operadoras de planos de saúde tiveram um lucro operacional de R$ 9,3 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, um aumento de quase 140% em comparação ao mesmo período do ano passado. Este é o maior resultado em cinco anos. A sinistralidade, que indica o quanto as operadoras gastaram com serviços em relação ao que arrecadaram em mensalidades, também apresentou uma queda. Ela foi de 80,8%, depois de ter alcançado 88,6% em 2022, quando houve um aumento no uso dos convênios devido ao fim da pandemia.

    Essa redução na sinistralidade pode resultar em reajustes mais baixos para os planos de saúde em 2026. Com as operadoras de grande porte, a diferença é de 2,6 pontos percentuais em relação ao ano passado, o que pode indicar que os reajustes nos planos coletivos serão modestos, possivelmente apenas um dígito. De acordo com alguns analistas, o aumento para os planos empresariais pode variar, mas há a expectativa de que seja inferior ao visto neste ano.

    Os dados foram publicados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Entre as grandes operadoras, como Bradesco, SulAmérica e Hapvida, juntas registraram 43% do resultado operacional total. O lucro operacional é calculado subtraindo das receitas de mensalidades as despesas de atendimento e administrativas, enquanto o lucro líquido pode ser afetado por ganhos financeiros e reservas técnicas do setor. Nos primeiros nove meses de 2025, as operadoras também tiveram um lucro de R$ 11,1 bilhões em suas aplicações financeiras, o que representa o maior valor desde 2018.

    Apesar da recuperação do setor, nem todas as operadoras estão na mesma situação. Há cerca de 7,2 milhões de usuários vinculados a empresas com dificuldades financeiras, com 49 operadoras em programas de adequação econômica, 26 enfrentando problemas fiscais e 41 passando por processos de cancelamento. A ANS está atenta a essa situação e discute a necessidade de monitorar essas empresas mais de perto para evitar problemas no atendimento.

    De acordo com especialistas, mesmo com bons lucros, a recuperação do setor é desigual. Pequenas e médias operadoras enfrentam desafios econômicos significativos. Por isso, é crucial que a regulação seja justa e que essas empresas tenham suporte no crescimento da base de beneficiários, em um ambiente mais estável.

    A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) também menciona que os resultados das operadoras estão ligados ao cenário econômico geral, ressaltando a importância de um ambiente regulatório que favoreça o desenvolvimento do setor. As operadoras continuam enfrentando pressões relacionadas a aumento de custos, adoção de novas tecnologias e o envelhecimento da população, que impactam diretamente suas finanças.

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