O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB, visitou recentemente a cidade de Hangzhou, na China, onde ficou impressionado com a sensação de segurança do país. Durante a visita, Nunes anunciou sua intenção de adotar práticas de segurança mais rigorosas no Brasil, que vão além das câmeras de monitoramento.

    Evandro Menezes de Carvalho, professor de direito da FGV do Rio de Janeiro, comenta que entender a segurança pública na China é mais complexo do que simplesmente copiar leis. Segundo ele, a abordagem chinesa está ligada a um conjunto mais amplo de fatores. A segurança, no país asiático, não se baseia apenas na força policial, mas também em educação e em uma economia que consegue atender às necessidades de trabalho da população. Carvalho destaca que a estrutura urbana favorece o desenvolvimento social e pessoal dos cidadãos.

    Além disso, o professor participou de um seminário recente na Universidade de Pequim e ressaltou a importância do uso de tecnologia na segurança pública. Na China, sistemas de inteligência são amplamente utilizados para garantir a estabilidade social. Um exemplo é o sistema de câmeras de reconhecimento facial presente em grandes cidades como Pequim e Xangai. Esse sistema integra informações de transporte público, áreas residenciais e estabelecimentos comerciais, resultando em uma significativa redução nos crimes violentos.

    Entre 2018 e 2023, o Ministério de Segurança Pública da China relatou uma queda de 37% nos crimes violentos nas áreas urbanas, fruto da eficácia dessas tecnologias. Outro exemplo é o uso de inteligência artificial para prevenção de crimes, observado em Hangzhou e em outras localidades. Assim, a experiência chinesa na área de segurança pública traz lições sobre a importância da combinação de tecnologia com políticas socioeconômicas integradas, que podem oferecer insights para a realidade brasileira.

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