Neste domingo, 7 de dezembro, cerca de 10 mil pessoas se reuniram na Praça Universitária, em Goiânia, para a marcha nacional “Mulheres Vivas!”. O evento atraiu manifestantes de diferentes idades, que carregavam cartazes, faziam performances e gritavam palavras de ordem. O principal objetivo da manifestação foi protestar contra o aumento da violência de gênero e os feminicídios no país.
A marcha seguiu até a Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (Deam), onde os participantes clamaram por justiça, mais políticas públicas e maior segurança para as mulheres. A realidade é alarmante: o Brasil possui uma das taxas mais altas de feminicídios do mundo. Em 2025, apenas no estado do Rio de Janeiro, foram registrados 79 assassinatos de mulheres além de 242 tentativas de homicídio. Goiás não fica atrás, com cidades que figuram entre as mais violentas do país em casos de estupro e ocupando o sexto lugar no ranking de violência doméstica, conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Organizações feministas e de direitos humanos apontam que o agravamento da situação se deve ao desmantelamento de políticas públicas de proteção às mulheres. Entre os problemas citados estão a falta de recursos financeiros, a precarização da Casa da Mulher Brasileira e o sucateamento das delegacias que atendem essas vítimas. Essas dificuldades tornam o acesso à proteção extremamente complicado e, muitas vezes, ineficaz.
Durante a marcha, as lideranças enfatizaram a necessidade de fortalecer a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio (Lei 14.994/2024). Também foi destacado a importância de ampliar a oferta de casas-abrigo e redes de apoio, além de promover campanhas educativas. Além disso, há um chamado para que as políticas levem em consideração as especificidades de mulheres que são negras, indígenas, quilombolas e que vivem em periferias, já que são as que mais enfrentam essas violências.
A mobilização em Goiânia não foi isolada. Outras capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, também registraram manifestações semelhantes. Na capital federal, ocorreram 25 homicídios de mulheres somente em 2025. Cada caso se torna um símbolo da luta por mudanças sociais e estruturais necessárias para a proteção das mulheres no país.
