A Meta, empresa responsável pelo Facebook, decidiu suspender uma pesquisa interna que mostrava impactos negativos da plataforma sobre a saúde mental dos usuários. A decisão veio à tona por meio de documentos apresentados em um processo judicial movido por escolas nos Estados Unidos contra a empresa e outras redes sociais, como Google, TikTok e Snapchat.

    Segundo as informações reveladas, o estudo indicava que usuários que deixaram de acessar o Facebook por uma semana relataram uma redução nos sintomas de depressão, ansiedade e solidão. Em vez de divulgar os resultados ou levar a pesquisa adiante, a Meta optou por encerrar o projeto. A justificativa dada foi que as conclusões poderiam estar influenciadas pela cobertura negativa da imprensa sobre a empresa.

    Um dos pesquisadores da equipe defendeu a validade dos resultados, apesar da decisão de interromper o estudo. Em um comunicado à imprensa, o porta-voz da Meta, Andy Stone, ressaltou que o estudo foi encerrado devido a falhas metodológicas e enfatizou que a empresa tem trabalhado para aumentar a segurança de seus produtos.

    Stone afirmou que há mais de uma década a Meta se preocupa com a segurança dos jovens e que mudanças significativas foram feitas em resposta às preocupações levantadas por pais e especialistas.

    ### Acusações Contra a Meta

    Além da suspensão da pesquisa, várias outras alegações estão sendo feitas contra a Meta, que incluem:

    – Desenvolvimento de ferramentas de segurança para jovens que têm se mostrado ineficazes e pouco utilizadas.
    – Impedimento de testes adicionais por receio de que esses testes pudessem prejudicar o crescimento da plataforma.
    – Remoção de contas envolvidas em tráfico sexual apenas após 17 infrações, um número considerado excessivo por críticos.
    – Reconhecimento interno de que estratégias para aumentar o engajamento dos adolescentes estavam levando ao compartilhamento de conteúdo prejudicial, mas essas estratégias continuaram a ser mantidas.
    – Adiamento de ações para proteger jovens de aliciadores.
    – Declarações do CEO Mark Zuckerberg, indicando que a segurança das crianças não era uma prioridade em relação ao foco no metaverso, ignorando pedidos por mais recursos para essa área.

    ### Processo Judicial

    O processo judicial em questão foi protocolado por um escritório de advocacia representando escolas e a Meta não é a única acusada. As empresas citadas são acusadas de permitir o acesso de menores de 13 anos às suas plataformas e de não lidarem adequadamente com conteúdos de abuso sexual infantil.

    Além disso, os autores da ação alegam que algumas dessas plataformas tentaram financiar organizações voltadas ao público infantil, para que estas defendessem a segurança de seus produtos publicamente.

    Andy Stone rebateu as acusações, afirmando que os recursos de segurança voltados a adolescentes são efetivos e que a Meta já remove contas envolvidas em tráfico sexual com rapidez. Segundo ele, a ação judicial apresenta uma visão distorcida dos esforços da empresa para garantir a segurança dos usuários.

    ### Próximos Passos

    Os documentos mencionados no processo são confidenciais, e a Meta já solicitou ao tribunal que descarte parte do material apresentado. Uma audiência sobre o caso está marcada para o dia 26 de janeiro.

    As empresas TikTok, Google e Snapchat foram abordadas para comentar, mas não responderam até o momento.

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