A Meta, empresa responsável pelo Facebook, decidiu interromper uma pesquisa interna que indicava efeitos negativos da plataforma sobre a saúde mental dos usuários. Essa informação foi revelada em documentos apresentados em um processo judicial movido por várias escolas dos Estados Unidos contra a empresa e outras redes sociais.

    O estudo em questão revelou que usuários que se abstiveram do Facebook por uma semana relataram uma redução nos níveis de depressão, ansiedade e solidão. Apesar disso, a Meta optou por não divulgar os resultados ou continuar a investigação, alegando que as conclusões poderiam ser afetadas pela forma como a mídia vinha abordando a empresa.

    Segundo informações, um dos pesquisadores do projeto se manifestou em defesa dos resultados obtidos. A Meta, através de seu porta-voz, reconheceu que o estudo foi encerrado devido a falhas na metodologia e afirmou que a empresa tem implementado diversas medidas para garantir a segurança dos usuários, especialmente dos jovens.

    Em sua declaração, o porta-voz destacou que, nos últimos dez anos, a Meta tem ouvido feedback dos pais, realizado pesquisas sobre questões relevantes e promovido mudanças efetivas para proteger os adolescentes. Contudo, o processo movido pelas escolas traz à tona uma série de alegações graves contra a empresa.

    Entre as acusações, a Meta é criticada por desenvolver ferramentas de segurança para jovens que se mostraram ineficazes e pouco utilizadas. Além disso, há alegações de que a empresa evitou realizar testes adicionais por temer que estes afetassem seu crescimento no mercado. Também é apontado que, em casos de tráfico sexual, a Meta só removia contas após 17 flagrantes, um número considerado excessivo por muitos.

    Internamente, a companhia reconheceu que suas estratégias para aumentar o engajamento de adolescentes resultaram na disseminação de conteúdos prejudiciais, e mesmo assim, essas estratégias foram mantidas. Os documentos também revelaram que ações para prevenir que predadores contatassem menores foram adiadas por anos, com pressão para justificar a inação.

    A ação judicial, que também envolve o Google, TikTok e Snapchat, alega que essas empresas permitiram o acesso de crianças menores de 13 anos às suas plataformas e não tomaram as medidas adequadas para combater o conteúdo de abuso sexual infantil. Os autores da ação afirmam que algumas dessas plataformas cercaram esforços para financiar organizações voltadas ao público infantil, na tentativa de defender publicamente a segurança de seus produtos.

    Andy Stone, porta-voz da Meta, repudiou as acusações e assegurou que os recursos de segurança voltados para os adolescentes são eficazes. Ele enfatizou que a política atual da empresa contempla a remoção imediata de contas envolvidas em tráfico sexual e considerou que o processo judicial apresenta uma visão distorcida das iniciativas da Meta.

    Uma audiência sobre o caso está agendada para o dia 26 de janeiro. Stone argumentou que a ação judicial se baseia em trechos seletivos da documentação interna e que a Meta já solicitou ao tribunal que descarte partes do material apresentado.

    Até o momento, TikTok, Google e Snapchat não responderam a pedidos de comentários sobre as alegações feitas no processo.

    Share.