A Meta, empresa responsável pelo Facebook, decidiu interromper uma pesquisa interna que mostrava impactos negativos da rede social na saúde mental dos usuários. A informação foi revelada em documentos relacionados a um processo movido por escolas dos Estados Unidos contra a empresa e outras plataformas.

    O estudo indicava que pessoas que pararam de usar o Facebook por uma semana relataram menos sintomas de depressão, ansiedade e solidão. Contudo, a Meta optou por encerrar a pesquisa. Em um pronunciamento, a empresa alegou que as conclusões estavam sendo influenciadas pela “narrativa da mídia” sobre a companhia.

    Um dos pesquisadores que trabalhou no estudo defendeu a validade dos resultados, contestando a decisão da Meta.

    O porta-voz da empresa, Andy Stone, afirmou que a pesquisa foi suspensa devido a falhas metodológicas. Ele destacou que a Meta está tomando medidas para aumentar a segurança de seus produtos. Segundo ele, a empresa tem escutado os pais, pesquisado questões relevantes e promovido mudanças para proteger os adolescentes.

    As acusações contra a Meta não se limitam à interrupção da pesquisa. Em adição às alegações, o processo inclui críticas sobre o desenvolvimento de ferramentas de segurança para jovens que teriam se mostrado ineficazes. Também é destacado que a empresa teria se mostrado relutante em realizar testes adicionais, temendo um impacto negativo no crescimento da plataforma.

    Outras críticas apontam que a Meta remove contas de usuários por tráfico sexual apenas após múltiplas ocorrências e reconhece internamente que suas estratégias para aumentar o engajamento dos adolescentes resultam em conteúdos prejudiciais, mas mantém essas práticas.

    O processo, que também envolve gigantes como Google, TikTok e Snapchat, alega que essas plataformas não estão fazendo o suficiente para proteger os menores de idade, permitindo o acesso de crianças com menos de 13 anos e não enfrentando adequadamente problemas de conteúdos abusivos. Algumas dessas empresas são acusadas de tentar financiar organizações que defendem a segurança infantil para melhorar sua imagem pública.

    Andrew Stone, da Meta, defendeu as práticas da empresa e afirmou que as ferramentas de segurança para adolescentes são eficazes. Ele também criticou o processo, chamando-o de distorcido e apontando que as políticas atuais envolvem a remoção imediata de contas relacionadas ao tráfico sexual.

    Uma audiência relacionada ao caso está agendada para 26 de janeiro, onde questões sobre os documentos internos citados e a interpretação das ações da Meta serão debatidas. TikTok, Google e Snapchat não comentaram sobre as alegações até o momento.

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