Javier Milei, o atual presidente da Argentina, chegou ao poder após uma forte onda de indignação popular que expressava um desejo de mudança radical. Essa revolta se deu principalmente contra o que se conhece como “establishment” político do país. Recentemente, esse sentimento foi reafirmado nas urnas, dando a Milei um respaldo adicional da população. Agora, com esse apoio e a colaboração dos Estados Unidos, ele se encontra em uma posição mais forte para negociar com governadores e outras figuras políticas importantes.

    Os presidentes, geralmente, começam seus mandatos mantendo os mesmos estilos e narrativas que usaram durante a campanha. No entanto, a realidade da gestão exige adaptações. Ao longo do tempo, muitos acabam revendo suas prioridades e estratégias. Milei já reconheceu que a derrota nas eleições de 7 de setembro foi um aprendizado forçado, levando-o a um pragmatismo necessário. Ele até prometeu evitar ofensas, mostrando sinais de que está se comportando de maneira mais presidencial.

    A vitória nas eleições e a reação positiva dos mercados mudaram a percepção do governo sobre sua força. O modo como Milei lidará com os governadores e outros grupos políticos será crucial. Um possível modelo a ser seguido é o “presidencialismo de coalizão”, que foi utilizado com êxito no Brasil. Esse sistema permitiu que muitos presidentes, que não tinham maiorias no parlamento, construíssem alianças estratégicas com legisladores importantes.

    Milei já começou a adotar essa abordagem ao incluir no seu gabinete figuras importantes que foram bem-sucedidas nas últimas eleições. Isso pode ajudar a unificar as forças políticas em torno de sua administração e garantir o apoio necessário para implementar sua agenda.

    Um número indeterminado de governadores e legisladores se tornará parceiro estratégico no governo de Milei. Essa mudança implica negociar leis e compartilhar poder, o que, por um lado, pode fortalecer sua governança, mas, por outro, exigirá que ele abra mão de algumas formas de controle. Essa dinâmica é essencial para o funcionamento da democracia.

    A principal tarefa de Milei agora é manter sua imagem pública, garantindo que ele continue sendo visto como o líder que prometeu transformar a Argentina. Embora ele tenha amadurecido através de erros e desafios, ele precisa encontrar um equilíbrio para preservar sua popularidade. Transformar-se abruptamente em um líder mais tradicional pode ser arriscado. Dessa forma, o progresso deve ser gradual, com a capacidade de adaptação sendo mais favorável do que a teimosia em manter um estilo que já não é eficaz.

    Com essa nova realidade, Milei está diante da oportunidade de deixar uma marca importante na história do país. A habilidade para se adaptar e negociar será fundamental para o sucesso de sua administração.

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