Na última sexta-feira, 31 de outubro, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), organizou o evento “Amazônia que Cuida, Ensina e Transforma” em Belém, no Pará. O encontro teve como objetivo discutir e fortalecer as estratégias de formação e valorização dos profissionais de saúde na Amazônia Legal, além de promover a colaboração entre diferentes níveis de governo. Este evento faz parte da preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30.
Gestores, trabalhadores e representantes de instituições de saúde e educação participaram do evento, que se concentrou em ampliar o suporte ao Sistema Único de Saúde (SUS) na região amazônica. O secretário da SGTES, Felipe Proenço, destacou que o Ministério fará um investimento de R$ 200 milhões em diversas iniciativas. Entre essas ações, estão a criação de 102 novas vagas para médicos especialistas até o final do ano, a implementação do programa Afirma-SUS, que possui 31 projetos focados em inclusão e diversidade na formação em saúde, e a ampliação das Residências Médicas e Multiprofissionais, com 2.481 bolsas disponíveis e 148 novos programas selecionados.
Proenço enfatizou a importância de um olhar estratégico para a Amazônia. Ele ressaltou que as ações do Ministério visam não apenas melhorar a formação de profissionais de saúde, mas também fixar especialistas em áreas que historicamente têm recebido pouca assistência. Segundo ele, essa abordagem busca promover equidade e sustentabilidade, assegurando a valorização da força de trabalho na saúde.
O secretário adjunto da SGTES, Jerzey Timóteo, também fez uma contribuição valiosa ao destacar a relevância do evento para ouvir as necessidades locais. Ele apontou que o enfoque nas realidades das comunidades indígenas, ribeirinhas e tradições locais contribui para formar profissionais de saúde que respeitam e compreendem os saberes regionais. Além disso, o aumento no número de profissionais de saúde na Amazônia Legal visa expandir o acesso a atendimentos de saúde mais complexos e reduzir a necessidade de longos deslocamentos para buscar atendimento em capitais.
O evento foi estruturado em quatro eixos principais:
-
Provimento profissional e fortalecimento da Atenção Primária e Especializada: Discussão sobre a interiorização e fixação de profissionais, além da ampliação do número de especialistas por meio de programas como Agora Tem Especialistas e Mais Médicos.
-
Formação em saúde e especialização profissional: Foco na expansão da formação técnica e das residências, além da valorização das práticas de saúde locais.
-
Fazer saúde na Amazônia Legal: desafios e singularidades do trabalho: Reflexões sobre as condições de trabalho, infraestrutura, apoio às equipes e valorização dos profissionais, incluindo a implementação do piso salarial para enfermeiros.
-
Saúde, educação e saberes tradicionais: Discussões sobre a importância de dialogar entre a medicina ocidental e as práticas de cura tradicionais.
O evento reforçou o compromisso do Ministério da Saúde em melhorar a qualidade do atendimento na Amazônia e em valorizar os profissionais que atuam nessa importante região do país.
