O Ministério da Saúde concluiu a capacitação de 8 mil agentes populares de saúde em 17 estados e no Distrito Federal, com um investimento total de R$ 23,6 milhões. Essa ação faz parte de um esforço para melhorar a cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS) no país. No total, foram organizadas 400 turmas, das quais mais de 300 foram finalizadas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Durante a formação, ocorreram mais de 100 encontros focados em Educação Permanente.
A iniciativa integra o Programa de Formação de Agentes Educadores e Educadoras Populares de Saúde (AgPopSUS). Seu objetivo é fortalecer as políticas públicas de saúde por meio da participação ativa da sociedade e do reconhecimento do direito à saúde em suas comunidades. As cerimônias de formatura, que começaram neste mês, acontecem em eventos estaduais para diplomas das novas turmas.
O programa contou com a colaboração da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) e de mais de 100 movimentos sociais. O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço, ressaltou que os agentes de educação popular atuam de forma voluntária, comprometendo-se com a saúde pública e compreendendo as necessidades da comunidade, incluindo saúde, alimentação, água e moradia.
Os estados que receberam a formação incluem: Santa Catarina, Sergipe, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Paraíba, Piauí, Espírito Santo, Alagoas, Goiás, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo.
O AgPopSUS foi criado para reforçar a atuação popular em saúde e promover o SUS. A proposta busca valorizar o conhecimento da população e utilizar a educação popular como método de formação e cuidado.
Participantes do curso relataram os impactos positivos da formação em suas comunidades. A educadora Juzileide do Nascimento, de Pernambuco, afirmou que o curso a ajudou a se posicionar melhor sobre o SUS e a esclarecer pontos importantes sobre saúde pública, como a defesa da vacinação e combate a informações falsas.
Eros Miranda Figueiredo, que se formou em Belo Horizonte, também destacou a importância da qualificação. Ele mencionou que a formação ajudou a construir uma rede de apoio na região metropolitana, alcançando pessoas que normalmente não participam das discussões sobre saúde pública.
Marilene Limberger, educadora de Santa Catarina, elogiou a experiência e a importância do programa para a atuação na defesa do SUS. Ela destacou que a formação proporciona um espaço de aprendizado e vínculo com a comunidade.
Os agentes têm um papel ativo ao mobilizar suas comunidades para garantir direitos sociais e colaborar em iniciativas de combate à fome, como bancos de alimentos e hortas comunitárias. Eles também enfrentam o desafio de estabelecer conselhos locais de saúde, fortalecendo a participação social na construção do SUS em seus territórios.
O lançamento da próxima turma do AgPopSUS está previsto para março de 2026. Um novo edital para a formação de Agentes Educadoras e Educadores Populares de Saúde será realizado em parceria com a Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS).
