O Ministério da Saúde começou a liberar mosquitos Aedes aegypti machos e estéreis como parte de um novo esforço para controlar a disseminação de doenças como dengue, Zika e chikungunya no país. No último sábado (13), a primeira soltura aconteceu na aldeia Cimbres, em Pesqueira, Pernambuco, com a liberação de 50 mil insetos.
Essa estratégia visa reduzir a população de mosquitos ao impedir que os machos, quando acasalam com as fêmeas, gerem novos filhotes. Com isso, espera-se diminuir gradualmente a quantidade de vetores das doenças. Essa ação marca a introdução da Técnica do Inseto Estéril por Irradiação (TIE) em comunidades indígenas, uma iniciativa que será expandida para outros locais.
Nas próximas semanas, o plano inclui a liberação de mais de 200 mil mosquitos estéreis por semana. Além de Pesqueira, a técnica será utilizada no território Guarita em Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, e em áreas indígenas de Porto Seguro e Itamaraju, na Bahia.
O investimento inicial para essa ação é de R$ 1,5 milhão, que abrange produção, logística e monitoramento. Os resultados dessa estratégia serão avaliados para determinar sua eficácia na redução dos casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A continuidade e a ampliação do projeto dependerão dos resultados obtidos.
A Técnica do Inseto Estéril envolve a esterilização de mosquitos machos por radiação ionizante em laboratório, tornando-os incapazes de reproduzir. Após esse processo, os mosquitos são liberados em áreas específicas para acasalar com as fêmeas. Como resultado, não nascem filhotes, o que ajuda a diminuir a população de mosquitos ao longo do tempo.
Esse método é considerado seguro, pois não utiliza inseticidas e não traz riscos à saúde humana ou ao meio ambiente. Por essa razão, é especialmente indicado para regiões indígenas, onde há restrições ao uso de produtos químicos devido à preservação ambiental.
