
Moradores da Zona Leste de São Paulo, como os de Itaquera, Tatuapé e Mooca, vêm enfrentando um aumento expressivo nas contas de água, que em alguns casos chega a 40%. O problema tem origem em vazamentos ocultos nas tubulações residenciais, agravados por redes antigas e pela sobrecarga no sistema após os temporais recentes. A principal causa do aumento é a perda de água não visível, que faz o hidrômetro registrar consumo muito acima do real.
A Sabesp confirma que o desperdício causado por vazamentos internos é uma das maiores fontes de elevação nas faturas, especialmente em períodos de calor intenso e alta demanda. Muitos moradores só percebem o problema quando a conta chega com valores fora do padrão, como ocorreu com Ana Costa, moradora da Mooca, que viu o custo dobrar em poucas semanas.
O tema preocupa porque afeta diretamente o orçamento familiar e a sustentabilidade do abastecimento. Com o aumento das reclamações, cresce também a busca por serviços de detecção de vazamentos e por orientações sobre como contestar cobranças indevidas junto à companhia de saneamento.
Aumento de 40% na conta de água: causas e impactos para moradores da zona leste

O aumento de 40% nas contas de água afeta diretamente o orçamento das famílias da zona leste de São Paulo. O problema está ligado principalmente a vazamentos não detectados e falhas de medição, que elevam o consumo registrado e ampliam os custos de abastecimento.
Principais fatores do aumento: vazamentos e erros de medição
Grande parte do acréscimo nas faturas decorre de vazamentos ocultos em tubulações antigas e conexões domésticas. Em bairros da zona leste, a rede de distribuição operada pela Sabesp apresenta desgaste estrutural e perda de pressão, o que facilita rompimentos.
Essas perdas representam até 40% da água tratada desperdiçada, segundo dados de associações do setor. Quando o vazamento ocorre dentro do imóvel, o hidrômetro continua registrando o fluxo, mesmo que a água não seja utilizada.
Outro fator é o erro de medição. Equipamentos antigos ou mal calibrados podem registrar volumes acima do real. Em alguns casos, a substituição de hidrômetros antigos por novos modelos mais sensíveis faz o consumo aparente subir repentinamente, gerando dúvidas entre os consumidores.
A combinação desses elementos — infraestrutura defasada e medição imprecisa — explica o aumento expressivo nas contas, especialmente em áreas com redes subterrâneas antigas.
Consequências financeiras para as famílias
O impacto financeiro é significativo. Famílias que pagavam cerca de R$ 120 mensais passaram a desembolsar mais de R$ 160, comprometendo parte da renda destinada a alimentação e transporte.
Em regiões de baixa renda, o aumento pressiona o orçamento doméstico e pode gerar inadimplência junto à Sabesp. Algumas famílias recorrem a parcelamentos ou reduzem o consumo de outros serviços básicos para compensar o gasto adicional.
Os condomínios também sentem o efeito. O rateio das despesas comuns sobe, exigindo reajustes nas taxas condominiais. Para mitigar o problema, síndicos têm buscado auditorias de consumo e revisões de medição junto à concessionária.
Esses custos extras afetam o equilíbrio financeiro local e evidenciam a necessidade de manutenção preventiva e monitoramento constante das redes de abastecimento.
Como identificar sinais de vazamento nas residências
Moradores podem detectar vazamentos por meio de observação simples e acompanhamento das leituras do hidrômetro. Um teste eficaz é fechar todas as torneiras e verificar se o marcador continua girando; se isso ocorrer, há perda interna.
Outros sinais incluem umidade em paredes, pisos com manchas escuras e aumento repentino na conta sem mudança de hábitos de consumo. Vazamentos em vasos sanitários e caixas d’água são causas frequentes e muitas vezes passam despercebidos.
A Sabesp orienta que, ao identificar suspeitas, o morador comunique imediatamente a concessionária e, se possível, chame um encanador para inspeção. Investir em manutenção preventiva e substituição de tubulações antigas reduz o risco de desperdício e evita novos aumentos na conta.
Soluções, prevenção e procedimentos para contestação da fatura
Vazamentos internos e leituras incorretas do hidrômetro estão entre as principais causas do aumento nas contas de água. A identificação rápida do problema, o reparo adequado e o acompanhamento da medição ajudam a evitar prejuízos e facilitam a contestação formal junto à Sabesp.
Métodos para localizar e reparar vazamentos
Moradores podem iniciar a verificação fechando todas as torneiras e observando se o hidrômetro continua girando. Se houver movimento, há indício de vazamento oculto. Esse teste simples ajuda a detectar perdas antes que causem aumento expressivo na fatura.
Os vazamentos mais comuns ocorrem em vasos sanitários, registros e tubulações subterrâneas. Técnicos especializados utilizam equipamentos de detecção acústica e câmeras térmicas para localizar o ponto exato sem quebrar paredes desnecessariamente.
Em imóveis na Zona Leste e municípios abastecidos pela ETA de Embu das Artes, é recomendável registrar o consumo diário por uma semana. As variações ajudam a identificar anomalias. Após o conserto, o morador deve guardar nota fiscal, fotos e laudo técnico, documentos exigidos para revisão da conta.
Passos para revisão da conta junto à Sabesp
A Sabesp permite solicitar revisão quando há suspeita de erro de leitura, defeito no hidrômetro ou vazamento comprovado. O pedido pode ser feito por telefone, site ou presencialmente em um posto de atendimento.
O consumidor deve apresentar:
- As últimas seis faturas;
- Documento de identidade e CPF;
- Comprovante do reparo, como nota fiscal e fotos;
- Leitura atual do hidrômetro.
Após o registro, a Sabesp pode agendar vistoria técnica. O prazo médio para resposta é de até 30 dias corridos. Caso a contestação seja aceita, a empresa recalcula o valor com base no histórico de consumo. Se for negada, o cliente pode recorrer à ouvidoria da Sabesp com o número do protocolo original.
A importância da manutenção preventiva e inspeções periódicas
Manutenção preventiva reduz o risco de vazamentos e evita desperdício de água tratada pela ETA. Inspeções trimestrais em registros, conexões e caixas d’água ajudam a identificar pequenas falhas antes que se tornem onerosas.
Profissionais de hidráulica podem realizar testes de pressão e verificar o estado das tubulações antigas. Esse cuidado é especialmente relevante em imóveis com mais de dez anos.
Registrar o consumo mensal e comparar com períodos anteriores permite detectar variações anormais. Pequenas ações, como substituir vedantes e manter torneiras em bom estado, contribuem para estabilidade no consumo e reduzem a necessidade de contestar faturas futuras.