O ator Francisco Cuoco faleceu aos 91 anos na quinta-feira, dia 19 de junho, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein e morreu às 14h54 devido à falência múltipla dos órgãos. A família confirmou que ele partiu tranquilamente, cercado por parentes próximos.
Com uma carreira que ultrapassa seis décadas, Cuoco deixa três filhos: Tatiana, Rodrigo e Diogo, além de cinco netos. O velório foi realizado na sexta-feira, 20 de junho, das 7h às 15h, no Funeral Home, localizado no bairro da Bela Vista, e foi aberto ao público. O sepultamento foi reservado apenas para familiares e amigos íntimos.
Francisco Cuoco nasceu em 29 de novembro de 1933, no Brás, em São Paulo, em uma família com origem humilde. Seu pai era feirante italiano e sua mãe, dona de casa. Desde pequeno, ele já mostrava interesse pelas artes, improvisando apresentações inspiradas em circos que passavam por sua vizinhança.
O ator iniciou sua trajetória artística ao decidir trocar o curso de Direito pela Escola de Arte Dramática de São Paulo, onde se formou após quatro anos. Depois disso, fez parte do Teatro Brasileiro de Comédia e, em 1959, integrou o Teatro dos Sete, atuando ao lado de grandes nomes da dramaturgia. Destacou-se em peças como “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues, e foi reconhecido com prêmios por suas atuações coadjuvantes.
Cuoco também participou de elencos renomados, como o TBC e o Teatro dos Sete, além de fazer atuações em teleteatros ao vivo na TV Tupi. Sua transição para a televisão foi natural, com ele mantendo sua presença nos palcos.
Ele fez sua estreia na televisão no Grande Teatro Tupi, onde atuava em peças completas ao vivo, que exigiam bastante improvisação. Sua primeira novela foi “Marcados pelo Amor”, em 1964, seguida por “Redenção”, um dos grandes sucessos da TV na época. Em 1968, atuou em “Legião dos Esquecidos”, formando um par romântico com Regina Duarte, um trabalho que seria repetido em outras produções. Chegou à TV Globo em 1970, atuando na novela “Assim na Terra Como no Céu”, onde interpretou o personagem padre Vitor.
Esses primeiros papéis ajudaram a consolidar sua carreira como um ator versátil, habilitado em diferentes gêneros como drama e romance. Seu timbre de voz e o carisma o tornaram um galã admirado por muitos.
Na TV Globo, Francisco Cuoco ganhou destaque especialmente através dos personagens criados pela autora Janete Clair. Em 1972, ele interpretou Cristiano Vilhena na novela “Selva de Pedra”, ao lado de Regina Duarte. Outros papéis memoráveis incluem o taxista Carlão, em “Pecado Capital”, de 1975, e o vidente Herculano Quintanilha, em “O Astro”, de 1977. Esses trabalhos não apenas elevaram as audiências, mas também ajudaram a moldar a imagem do galã carismático na teledramaturgia.
Além de sua carreira na TV, Cuoco também atuou no cinema no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, participando de filmes como “Traição”, “Gêmeas” e “A Partilha”. Em 2005, ele voltou ao teatro com a peça “Três Homens Baixos”. Sua última aparição na televisão foi em 2023, na série “No Corre”, exibida pelo canal Multishow.
Ao longo dos anos, Cuoco levou uma vida mais reservada, morando com sua irmã em São Paulo. Apesar de enfrentar diversos problemas de saúde, ele sempre apreciou as lembranças de sua intensa trajetória no mundo artístico.
Ele deixa um legado significativo com seus três filhos e cinco netos, que receberam diversas mensagens de apoio após sua morte. A família destacou a tranquilidade com que ele enfrentou seus últimos momentos, refletindo seu jeito discreto de viver.
Após seu falecimento, colegas de profissão expressaram profundas homenagens. O roteirista Walcyr Carrasco o definiu como um ícone que influenciou gerações. A TV Globo também prestou uma homenagem especial em sua memória. A dor por sua partida foi compartilhada por diversos atores, como Tony Ramos e Regina Duarte, que ressaltaram a importância de Cuoco na formação de novos talentos na dramaturgia brasileira.
Ao longo de sua carreira, Francisco Cuoco participou de várias produções que marcaram a televisão brasileira. Desde suas estreias nas novelas e teleteatros nos anos 1960 até suas atuações em sucessos na década de 2010, sua trajetória acumulou audiências impressionantes e prêmios significativos.
