A cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, deu início à implementação do método Wolbachia na última sexta-feira. Essa técnica envolve a criação e a liberação de mosquitos modificados com uma bactéria capaz de impedir o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika e chikungunya.

    O projeto é parte de uma iniciativa global do World Mosquito Program (WMP) e no Brasil é conduzido pela Fiocruz, com apoio do Ministério da Saúde e parcerias com as prefeituras locais. Para escolher as cidades que recebem o método, são considerados critérios como a população, que deve ser superior a 100 mil habitantes, e um histórico significativo de casos de dengue nos últimos dez anos. Além disso, fatores como clima e infraestrutura adequada para o manejo dos mosquitos também são levados em conta.

    Daniel Garkauskas Ramos, coordenador-substituto da Coordenação-Geral de Vigilância das Arboviroses, informou que o Ministério da Saúde investiu 30 milhões de reais para expandir a aplicação do método entre 2024 e 2025. Ele ressaltou que a população de Uberlândia que será beneficiada por essa técnica é de aproximadamente 352 mil pessoas, o que representa cerca de metade da população total da cidade.

    O centro de produção e manejo dos mosquitos Wolbachia está localizado no bairro Umuarama e possui uma área de 330 m². Com infraestrutura adequada, o local conta com salas para triagem, manipulação de larvas e eclosão de ovos. Profissionais capacitados estarão encarregados de todas as etapas de produção e liberação dos mosquitos nas áreas selecionadas.

    Os primeiros mosquitos portadores da Wolbachia serão soltos em 19 bairros de Uberlândia, que incluem Custódio Pereira, Daniel Fonseca, Granada, e Jardim Brasília. Essa ação deve beneficiar cerca de 350 mil pessoas.

    Até o momento, o método Wolbachia já trouxe benefícios a cerca de 5 milhões de brasileiros e a expectativa é que esse número atinja 70 milhões nos próximos anos. O Ministério da Saúde adotou oficialmente essa tecnologia como parte de suas estratégias de combate às doenças transmitidas por arbovírus.

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