O Nubank anunciou a mudança em seu modelo de trabalho, que deixará de ser 100% remoto. A decisão gerou descontentamento entre alguns funcionários. Em uma reunião que contou com mais de 7 mil dos quase 9,5 mil colaboradores, realizada tanto presencialmente quanto pela plataforma Zoom, muitos empregados expressaram sua indignação. Durante a sessão, o clima esquentou, e alguns usaram linguagem agressiva e desrespeitosa.
Após a análise das interações no chat do Zoom, o comitê de conduta do banco decidiu demitir 12 funcionários. O CEO do Nubank, David Vélez, informou aos colaboradores por meio de um comunicado no Slack que os comentários feitos durante a reunião foram considerados inaceitáveis. Ele ressaltou que tal comportamento prejudica o ambiente de trabalho e que muitos colaboradores se sentiram frustrados e envergonhados com a postura de seus colegas.
Vélez destacou que, embora a mudança traga incertezas e ansiedade, a maioria dos funcionários demonstra uma mentalidade proativa. Ele disse que a empresa valoriza a discordância e aceita críticas, mas não tolerará desrespeito. Para ele, a situação representou apenas uma “minoria barulhenta” que não reflete a essência do Nubank.
Os colaboradores foram informados sobre a nova política de trabalho cerca de uma hora antes da reunião, onde os líderes da empresa apresentaram a mudança em uma palestra de cerca de 45 minutos, seguida por uma sessão de perguntas e respostas.
Em relação ao próprio futuro do banco, Vélez, que atualmente mora no Uruguai, anunciou que ele e sua família estão se preparando para se mudar para uma cidade onde o Nubank possui escritórios. Cristina Junqueira, uma das cofundadoras da instituição, também se mudou recentemente para Miami, onde um novo escritório está sendo estabelecido.
Historicamente, o Nubank tinha um modelo de trabalho bastante flexível, exigindo apenas uma semana presencial a cada três meses. No entanto, a nova diretriz exigirá que, a partir de julho de 2026, quase 70% dos colaboradores compareçam presencialmente ao escritório duas vezes por semana, aumentando para três dias em 2027.
Sobre as demissões e a polêmica gerada, o Nubank afirmou que visa manter canais abertos para o diálogo entre funcionários, mas não tolera desrespeito e violações de conduta. O banco também afirmou que não comentaria casos específicos de desligamento.
