O Universo pode estar passando por uma fase de envelhecimento. Astrônomos afirmam que a época de maior formação de estrelas já ficou para trás, resultando em uma diminuição significativa na criação de novas estrelas nos últimos bilhões de anos.
Estima-se que existam até um septilhão de estrelas no Universo, o que equivale a um número impressionante: 1 seguido de 24 zeros. Entretanto, novas estrelas estão nascendo com muito menos frequência. As primeiras estrelas surgiram pouco após o Big Bang, que ocorreu há cerca de 13,8 bilhões de anos. Elas se formam em nebulosas, que são grandes nuvens de gás e poeira que, ao colapsarem sob sua própria gravidade, dão origem às protoestrelas. Estas estruturas extremamente densas e quentes iniciam a fusão nuclear, transformando hidrogênio em hélio e liberando luz e calor.
Atualmente, cerca de 90% das estrelas conhecidas, incluindo o nosso Sol, estão em uma fase estável chamada sequência principal. Todas as estrelas possuem um ciclo de vida: estrelas menores tendem a se apagar lentamente, enquanto as maiores podem acabar em explosões chamadas supernovas.
Os especialistas apontam que a formação de novas estrelas caiu drasticamente desde o que é conhecido como “Meio-dia Cósmico”, que ocorreu há cerca de 10 bilhões de anos. Neste período, as galáxias eram mais eficientes em converter gás em estrelas. Desde então, essa eficiência diminuiu. Dados de telescópios como Euclid e Herschel, da Agência Espacial Europeia, confirmaram essa tendência, mostrando que o calor da poeira estelar, que indica a formação de novas estrelas, também está diminuindo.
Entretanto, embora hoje tenhamos um Universo dominado por estrelas mais antigas e frias, ainda há tempo. Embora novas estrelas continuem a se formar, esse processo vai se tornar cada vez mais raro até que o material necessário para a formação de novas estrelas se esgote. Isso pode levar trilhões de anos até que ocorra o chamado “Grande Congelamento”.
Este grande evento representa uma fase em que o Universo continuará a se expandir, a energia se dispersará e, eventualmente, o cosmos esfriará a um ponto em que não será mais capaz de sustentar formas de vida ou novas estrelas. Os cientistas estimam que novas estrelas ainda nascerão por um período que varia entre 10 a 100 trilhões de anos após a morte do nosso Sol.
Embora o “apagão total” do Universo — o momento em que não restará mais energia para novas formações estelares — seja previsto para ocorrer em um tempo inimaginável, em torno de um quinvigintilhão de anos (1 seguido de 78 zeros), as atuais gerações de estrelas ainda oferecem a oportunidade de observar um céu cheio de brilho por períodos consideráveis.
