A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) retirou o certificado que reconhecia o continente americano como uma região livre do sarampo. Essa decisão foi tomada após a confirmação de que o vírus da doença está circulando de forma constante no Canadá há um ano, caracterizando a transmissão endêmica. Até a primeira semana de novembro, foram registrados 12,6 mil casos de sarampo em 10 países das Américas, incluindo o Brasil.
A maioria dos casos, cerca de 95%, está concentrada no Canadá, México e Estados Unidos, onde também ocorreram 28 mortes pela doença. O número atual de casos é 30 vezes maior do que o registrado em 2024. O diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, ressaltou que a perda do certificado por um país afeta toda a região. Ele alertou que, enquanto o sarampo não for erradicado em nível global, as Américas permanecerão em risco de ter o vírus reintroduzido, especialmente entre populações que não estão vacinadas ou têm vacinação incompleta.
No Brasil, foram confirmados 34 casos de sarampo em 2025, mas o país ainda mantém o certificado de livre da doença, conquistado em novembro do ano anterior. A doutora Isabela Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), enfatizou que as autoridades de saúde estão atentas desde o surgimento dos primeiros casos importados. Ela destacou que o Brasil faz fronteira com vários países e tem um fluxo intenso de pessoas viajando para e dos Estados Unidos, onde a doença está se expandindo.
O Ministério da Saúde tem intensificado os esforços para prevenir a volta do sarampo, alertando que é crucial alcançar pelo menos 95% de cobertura vacinal para evitar novos surtos. O sarampo é um dos vírus mais contagiosos, com a capacidade de um único caso infectar até 18 pessoas. A vacina contra o sarampo está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e integra o calendário básico de imunização infantil.
