Sistema Free Flow: Agilidade e Segurança no Trânsito

    Nos últimos anos, o uso de tags para pagamento de pedágios aumentou bastante no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade, o número de veículos com essas tags saltou de 9 milhões em 2023 para 15 milhões em 2025. A expectativa é que chegue a 25 milhões em dois anos, com a expansão das rodovias e a implementação do sistema de pedágio conhecido como free flow.

    Esse sistema substitui as praças de cobrança tradicionais por pórticos eletrônicos, trazendo várias vantagens. Entre os benefícios mais notáveis, está a redução de acidentes, conforme um estudo da Universidade de Brasília. A pesquisa analisou 270 km da BR-101, entre Itaguaí (RJ) e Ubatuba (SP).

    Além da diminuição dos acidentes, o sistema também ajuda a reduzir o consumo de combustível. Isso ocorre porque elimina paradas e rápidas acelerações dos veículos, economizando tempo para os motoristas e facilitando a arrecadação para as concessionárias.

    Atualmente, o free flow já está presente em várias rodovias importantes do país. Na BR-101, por exemplo, foram instalados pórticos nas cidades de Itaguaí, Mangaratiba e Paraty. Outro exemplo é a Rodovia dos Tamoios, que liga Caraguatatuba a São Sebastião e também adotou esse modelo de pedágio eletrônico.

    Funcionamento do Free Flow

    De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), existem duas maneiras de cobrança automática nesse sistema. A primeira utiliza a leitura de uma etiqueta eletrônica, chamada de tag. Uma das vantagens desse tipo de tag é a possibilidade de obter descontos que aumentam conforme a frequência de uso.

    A segunda forma de cobrança é pela leitura da placa do veículo. Nesse caso, após passar pelo pórtico, o motorista deve entrar em contato com a concessionária para regularizar o pagamento e evitar problemas relacionados à evasão.

    A ANTT ressalta que os pedágios automáticos oferecem tarifas mais justas. Isso beneficia não só os motoristas, mas também a manutenção das estradas e a instalação adequada de sinalização, já que há atendimento disponível 24 horas nos Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU).

    Implementar o sistema free flow proporciona um tráfego mais eficiente, com menos congestionamentos e mais fluidez. Isso é bom também para o transporte de cargas e passageiros. Além disso, ajuda a reduzir as emissões de poluentes, contribuindo para o meio ambiente.

    Investir em free flow significa investir em modernização e melhoria para a população. Isso traz economia tanto para motoristas individuais quanto para empresas que utilizam frequentemente rotas com pedágios.

    Desafios do Sistema Free Flow

    Apesar das muitas vantagens, o modelo de pedágio automático enfrenta alguns desafios, conforme apontam os pesquisadores da Universidade de Brasília. Um dos principais problemas é a inadimplência, que ocorre porque não há barreiras físicas que impeçam a passagem de veículos sem pagamento.

    A pesquisadora Isabela Reichert destaca que, sem um controle rigoroso sobre a inadimplência, o sucesso do sistema pode estar em risco. Para evitar que isso aconteça, é essencial estabelecer penalizações rigorosas e criar políticas públicas eficientes que garantam a viabilidade do sistema.

    Para lidar com as situações de não pagamento, a ANTT estipula que se a tarifa não for paga na hora da passagem pelo pórtico, o motorista deve regularizar essa cobrança com a concessionária dentro de 30 dias.

    Se esse prazo for ultrapassado, estão previstas penalidades, que incluem a aplicação de encargos ao valor devido e a configuração de infração grave, segundo o Código de Trânsito Brasileiro. Nesse caso, a multa é de R$ 195,23 e resulta em cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

    Conclusão

    O sistema free flow representa uma inovação significativa nas rodovias brasileiras. Ele não apenas melhora a experiência dos motoristas, mas também reflete um progresso em termos de eficiência e segurança no trânsito. Com a adesão crescente, é fundamental que haja atenção às questões de inadimplência e às penalizações necessárias para garantir o funcionamento sustentável desse modelo.

    Desse modo, ao promover essa modernização, o Brasil avança rumo a um futuro mais ágil e seguro nas estradas. É um passo importante para a melhoria da infraestrutura de transporte e para a proteção do meio ambiente, provando que a tecnologia pode ser uma aliada valiosa na mobilidade urbana e rodoviária.

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