O Palácio Azteca e Suas Descobertas
O prédio histórico Nacional Monte de Piedad, localizado na Cidade do México, guarda muito mais do que serviços de penhor. Na verdade, ele está construído sobre as ruínas de um antigo palácio azteca. Essa revelação foi feita durante uma inspeção do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México.
Durante as análises, especialistas descobriram chapas de basalto que acreditam ser parte do principal pátio do palácio. Esse espaço, posteriormente, foi ocupado pelo conquistador espanhol Hernán Cortés. A descoberta não é apenas uma maravilha arquitetônica, mas também um importante vislumbre de um mundo que já não existe e das transformações que o império azteca sofreu com a chegada dos espanhóis.
A primeira informação divulgada pelo INAH destacou que os conquistadores remodelaram uma sala do palácio para celebrar missas e até mesmo mantiveram governantes em cativeiro nesse espaço, começando pelo famoso Moctezuma Xocoyotzin, que foi um dos líderes mais conhecidos do império.
O palácio foi construído para o imperador Axayáctl, que reinou sobre a capital Tenochtitlan entre 1469 e 1481. Ele era o pai de Moctezuma II, que foi um dos últimos governantes aztecas e morreu em 1520. A construção inicial do palácio representa um marco significativo na arquitetura e cultura aztecas.
Nos últimos 20 anos, arqueólogos já haviam descoberto partes do palácio, mas a mais recente descoberta do alicerce é considerada um marco importante. Especialistas afirmaram que, pelas características dos achados, é provável que tenham encontrado um espaço aberto, possivelmente um pátio do antigo palácio de Axayáctl, onde muitos eventos históricos aconteceram, incluindo a possível morte de Moctezuma.
As primeiras chapas de basalto foram localizadas em setembro de 2017, quando o Nacional Monte de Piedad passou por uma reforma preliminar. O ano seguinte foi dedicado a escavar o resto da fundação e autenticar essas relíquias.
Além do palácio, os especialistas também encontraram os restos de uma casa que foi construída por Cortés após a queda de Tenochtitlan, em 1521. Os espanhóis ordenaram a destruição de templos e palácios aztecas ao tomarem controle da cidade e usaram os materiais encontrados nesses edifícios para erguer novas construções.
O INAH informou que muitas dessas estruturas, incluindo as do Sagrado Precinto de Tenochtitlan, foram praticamente demolidas até suas fundações por espanhóis e seus aliados indígenas. O novo lar de Cortés foi utilizado por muitos anos e se tornou a primeira sede do governo espanhol em 1525.
Quase 500 anos depois, o site que antes abrigava um palácio agora conta com uma instituição nacional, que funciona como uma entidade beneficente, casa de penhores e prestadora de serviços de empréstimos.
As escavações na Cidade do México continuam a surpreender especialistas. Recentemente, foram descobertas cabanas de vapor pré-hispânicas que eram usadas pelos mexicas para cultuar deuses. Essas descobertas servem como lembretes de como a história pode se perder rapidamente e, em seguida, ressurgir de forma igualmente rápida séculos depois.
Essas informações mostram como as camadas da história estão interligadas e como o passado é valioso. O que parece um simples prédio hoje carrega consigo séculos de acontecimentos e transformações culturais. Através das escavações e pesquisas, podemos entender melhor as complexidades da civilização azteca e a influência que teve na formação do México moderno.
Além dos achados mencionados, espera-se que futuras escavações revelem ainda mais sobre a vida cotidiana dos aztecas e os impactos da colonização. Esses estudos são essenciais para apreciar a rica história cultural do local e reconhecer como esses eventos moldaram a sociedade atual.
De forma geral, os achados arqueológicos, como os do Nacional Monte de Piedad, nos incentivam a refletir sobre a história e a importância de preservá-la, pois ela é uma parte fundamental da identidade e cultura de um povo.
