Ato em Homenagem a Policiais Civis no Rio de Janeiro

    Na próxima terça-feira, 12 de novembro, a Associação dos Agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro (AAGEPOL-RJ) realizará um ato em frente ao Palácio Guanabara. O evento tem como objetivo homenagear policiais civis que perderam a vida ou ficaram feridos este ano, incluindo os dois agentes mortos e os 13 feridos durante a última fase da Operação Contenção, ocorrida em 28 de outubro nos Complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da cidade.

    O ato busca lembrar os colegas que deram suas vidas em serviços policiais, além de cobrar do governador Cláudio Castro a implementação de promessas feitas à categoria, especialmente em relação ao auxílio-saúde. Essa medida foi vetada na nova Lei Orgânica da Polícia Civil, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) em setembro.

    Ivan de Oliveira Baptista, presidente da AAGEPOL-RJ, comentou que o auxílio poderia ser estabelecido por decreto, como em outras esferas de governo. Ele destacou que, por conta do veto do governador, os policiais estão sem um suporte essencial. Baptista sugeriu que o governo poderia instituir um pagamento de R$ 1.500 por policial para cobrir despesas de saúde para suas famílias, considerando que cada região tem suas próprias realidades hospitalares.

    Desde 2012, a Polícia Civil não possui uma estrutura médica própria, após a desativação do IASERJ. Desde então, os policiais dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) ou do sistema municipal (Sisreg) para consultas e procedimentos médicos. Baptista enfatizou a falta de instalações adequadas: “Não temos hospitais para emergências, exames ou cirurgias. A Policlínica da PCERJ não atende a essas necessidades.”

    Ele também pediu que haja um tratamento igualitário entre policiais ativos, inativos e pensionistas, além da implantação da gratificação para aqueles com nível superior, prevista na nova lei.

    Resposta do Governo

    O governador Cláudio Castro, em uma cerimônia recente, reconheceu a importância do investimento na saúde e treinamento das forças de segurança, enfatizando que isso é essencial para garantir a proteção da sociedade. Castro afirmou que os policiais representam a “última linha de defesa” contra o crime organizado e que está se dedicando a encontrar soluções, apesar das complicações financeiras do estado.

    Castro mencionou que há planos para construir um hospital destinado à Polícia Civil e classificou a atenção à saúde dos policiais como uma prioridade, mesmo com as restrições orçamentárias que enfrenta. Ele se comprometeu a trabalhar dentro das possibilidades do orçamento e destacou a necessidade de apoio da Alerj e do Congresso Nacional para viabilizar essas melhorias.

    O Descontentamento dos Policiais

    A AAGEPOL-RJ garantiu que o ato em frente ao Palácio Guanabara será pacífico, com a participação de agentes da ativa, aposentados e familiares dos policiais homenageados. Ivan Baptista reforçou que a pressão e o estresse são grandes problemas na profissão: “Não é só o tiro que nos mata, mas também a pressão alta e problemas de saúde. Queremos dignidade.”

    Um policial civil expressou seu descontentamento em relação à falta de um plano de saúde, declarando que não se sente motivado a continuar na corporação por conta da situação. Ele criticou o fato de que, enquanto facções fornecem suporte para despesas médicas de seus membros, os policiais acabam arcando com esses custos sozinhos. “Isso é um absurdo!” finalizou o agente, refletindo um sentimento comum entre muitos profissionais da segurança.

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