Banqueiros e autoridades em Brasília mencionaram que receberam informações sobre uma suposta pressão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, sobre o Banco Central. Essa pressão seria para beneficiar o Banco Master. Além disso, fontes da Polícia Federal relataram que Moraes teria expressado interesse sobre o andamento das investigações relacionadas ao banco.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, supostamente comunicou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito dessa situação. A resposta teria sido a orientação de “faça o que for necessário”. Vale ressaltar que Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, atua como advogada do Banco Master. Seu escritório teria fechado um contrato de R$ 129 milhões com a instituição.
Essas informações chegaram até a cúpula da Polícia Federal. No entanto, o delegado-geral, Andrei Rodrigues, negou qualquer conversa com Moraes sobre o tema. Ele afirmou que ouviu rumores, mas confirmou que o ministro nunca tratou desse assunto com ele. Rodrigues também comentou que se comunica frequentemente com Moraes por conta de inquéritos, mas o Banco Master nunca foi parte dessas discussões.
O Supremo Tribunal Federal informou que Moraes rejeitou qualquer alegação de tentativa de interferência em investigações. Recentemente, em novembro do ano passado, a Polícia Federal deteve o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o Banco Central decidiu liquidar a instituição.
Na semana passada, uma reportagem afirmou que Moraes teria pressionado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em prol de interesses do Banco Master. Segundo essa reportagem, o ministro teria feito pelo menos três ligações para Galípolo, questionando sobre a venda do banco para o BRB, além de ter se encontrado pessoalmente com ele.
Moraes, por sua vez, negou essas alegações de pressão. O Supremo também esclareceu que as conversas entre o ministro e o presidente do Banco Central se restringiram ao tema das sanções aplicadas pela Lei Magnitsky e que não houve chamadas telefônicas entre eles sobre as questões do Banco Master. O Banco Central apenas confirmou um encontro com Moraes, mencionando o tema da Lei Magnitsky, mas não esclareceu se houve discussões sobre o Banco Master.
Em uma nota, Alexandre de Moraes detalhou que se reuniu com o presidente do Banco Central em duas ocasiões para discutir os efeitos da Lei Magnitsky, mas não houve menções à aquisição do Banco Master em nenhuma das reuniões. O ministro afirmou que nunca visitou o Banco Central e que não houve comunicação telefônica sobre esse ou qualquer outro assunto. Além disso, o escritório de advocacia de sua esposa não esteve envolvido nas operações de aquisição do BRB pelo Banco Master.
