PFHpA e o Risco de Doenças no Fígado em Adolescentes
Pesquisadores da Escola de Medicina Keck da USC descobriram que a exposição ao ácido perfluoroheptanoico (PFHpA), um químico da famosa família dos PFAS, está relacionada a um aumento no risco e na gravidade da doença hepática associada à disfunção metabólica (MASLD) em adolescentes com obesidade.
Estudo Inédito sobre PFHpA
O estudo, publicado na revista Communications Medicine, reúne dados clínicos de adolescentes que passaram por cirurgia bariátrica. Foi feita a análise de modelos de fígado em 3D para entender melhor como o PFHpA pode acelerar o desenvolvimento dessa doença.
Análise de Amostras de Sangue
Os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 137 adolescentes que participavam do maior estudo de cirurgia bariátrica pediátrica dos EUA. Eles notaram que os adolescentes com o dobro de PFHpA no sangue tinham uma probabilidade 80% maior de serem diagnosticados com MASLD em comparação aos que apresentavam níveis mais baixos da substância.
Sinais de Lesão no Fígado
Além disso, os adolescentes com maiores níveis de PFHpA mostraram mais danos ao fígado, como inflamação e fibrose, que são sinais iniciais da progressão da doença. Isso pode, com o tempo, resultar em cirrose, falência hepática ou até câncer no fígado.
Experimentos em Laboratório
Para fortalecer essas descobertas, os cientistas realizaram testes com o PFAS em esferoides hepáticos cultivados em laboratório. Utilizaram doses que refletem a exposição típica em humanos e descobriram que o PFHpA prejudica caminhos biológicos importantes, como inflamação e metabolismo de lipídios.
Aumento de Casos de MASLD
A MASLD, antes conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica, é uma das desordens hepáticas mais comuns entre jovens. Afeta cerca de 5 a 10% das crianças e adolescentes nos EUA, e esse número salta para mais de 30% entre aqueles com obesidade.
Consequências Potenciais
É alarmante que a exposição ao PFHpA possa piorar essa situação, visto que esses químicos são amplamente utilizados em produtos do dia a dia. Estão presentes em embalagens de alimentos, roupas impermeáveis, cosméticos e panelas antiaderentes, contaminando ainda o abastecimento de água potável.
PFHpA e Riscos à Saúde
“Embora o PFHpA não seja tão conhecido quanto outras substâncias dos PFAS, como PFOA ou PFOS, nossas descobertas mostram que pode trazer riscos semelhantes à saúde”, afirmou uma das autoras do estudo. Isso destaca a importância de regulamentar não só os PFAS já conhecidos, mas também outros químicos que podem estar em uso.
Abordagem Translacional nas Pesquisas
A pesquisa vai além de apenas observar associações. Através de uma ciência translacional, os pesquisadores estão descobrindo como esses químicos alteram a biologia do fígado a nível celular. Esse conhecimento pode ajudar a proteger populações vulneráveis, especialmente crianças e adolescentes.
Caminhos que o PFAS Ativa
Um dos principais objetivos é mapear os caminhos ativados pelo PFAS dentro das células do fígado, possibilitando identificar alvos terapêuticos que possam ajudar a prevenir doenças hepáticas causadas pelo PFAS.
Missão do Programa de Pesquisa
Este estudo é uma parte fundamental da missão do Programa de Pesquisa Superfund da USC, que visa descobrir os impactos à saúde de químicos perigosos e transformar as descobertas em ações de prevenção e políticas públicas. A ideia é integrar dados de pacientes com tecnologias avançadas de exposição, permitindo uma melhor compreensão da relação entre química e saúde.
Foco em Comunidades
O Centro ShARP quer reduzir as exposições ao PFAS nas comunidades reais. Os projetos futuros vão avançar inovações na engenharia para tratamento de PFAS, aumentar o engajamento comunitário para conscientização sobre riscos e formar a próxima geração de cientistas em saúde e engenharia ambiental.
Objetivos Finais da Pesquisa
Um dos principais objetivos desses estudos é avançar nas áreas de saúde ambiental e medicina personalizada, garantindo que as descobertas possam ser traduzidas em intervenções direcionadas e estratégias de prevenção personalizadas. Isso é fundamental para proteger os grupos mais vulneráveis da nossa sociedade.
Conclusão
Os resultados desse estudo ressaltam a necessidade de mais pesquisas e ação em relação ao PFHpA e outras substâncias químicas que impactam a saúde pública. A combinação de dados clínicos com estudos laboratoriais pode abrir novas possibilidades para ciência e medicina, trazendo benefícios significativos para a saúde das futuras gerações.
