O Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC) iniciou a terceira edição do curso Educação Oceânica na Costa Semiárida: Transformando Futuros. Esta formação é destinada a educadores de Icapuí, no Ceará, e acontece em parceria com a Prefeitura e a Secretaria de Educação do município.
O curso conta com a participação de 30 alunos, incluindo professores de várias áreas, profissionais da ONG Aquasis e educadores ambientais. As aulas começaram em agosto e totalizam 100 horas de formação, com opções de aulas remotas e três dias de atividades presenciais. As oficinas pedagógicas estão programadas para os dias 18 e 25 de outubro. Durante essas datas, os participantes realizarão atividades de campo nas praias de Icapuí e experiências práticas na Escola de Ensino Fundamental Professora Mizinha.
O curso tem como objetivo qualificar profissionais da educação básica para enfrentar desafios globais que impactam os oceanos, como mudanças climáticas, poluição e perda de biodiversidade. Os educadores que participam irão aprender ferramentas e metodologias que podem ser aplicadas de forma interdisciplinar nas escolas da região. O professor Marcelo Soares, coordenador do projeto Universidade Azul na Costa Semiárida, destacou a importância de fortalecer a cultura oceânica, contribuindo para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e para a Agenda 2030 da ONU.
A formação envolve professores de diversas especialidades, ligadas à Oceanografia e à formação de educadores, de instituições como a UFC, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), a Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) e a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa).
As edições anteriores do curso ocorreram em outros pontos do litoral cearense. Em 2024, 60 professores participaram da primeira edição na capital, Fortaleza. Já em 2025, a segunda edição foi em Jericoacoara, que envolveu 20 professores e seis gestores ambientais, com atividades pedagógicas em escolas e no Parque Nacional local, em colaboração com a prefeitura e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Uma das novidades é a proposta da doutoranda Clarissa Dantas Moretz-Sohn, bolsista do projeto, de publicar um e-book em 2026. Este material irá compilar experiências dos cursos, com cada professor contribuindo com um capítulo que descreve uma atividade prática a ser aplicada em suas escolas. No curso de Jericoacoara, por exemplo, as iniciativas já foram implementadas, e os participantes irão adicionar relatos e fotos ao e-book.
Embora esta seja a última edição do curso, Marcelo Soares ressaltou o avanço significativo na legislação estadual sobre cultura oceânica, com nove municípios já implementando suas próprias leis sobre o tema. Isso abre portas para novas oportunidades de continuidade do projeto, atraindo recursos de financiamento.
O curso faz parte do projeto Universidade Azul na Costa Semiárida, que busca promover a cultura oceânica, conectando universidades, escolas e comunidades, além de capacitar professores para integrar o tema oceanográfico no ensino básico. Para mais informações sobre o projeto, acesse o perfil @universidadeazul no Instagram.
Além disso, esse projeto foi selecionado para o Edital Nacional nº 61/2022, que visa a Ciência Cidadã e a Divulgação Científica, tendo sido reconhecido pela Unesco como parte das ações da Década da Ciência Oceânica (2021–2030).
