Quando uma criança fica doente, é comum que os cuidadores mudem a forma como o bebê dorme. Eles querem estar perto durante a noite para cuidar melhor. No entanto, pesquisas indicam que essas mudanças, mesmo que bem-intencionadas, podem não ser seguras e até perigosas.

    Um estudo realizado com mais de 100 cuidadores de bebês, com idade de zero a 12 meses, mostrou que a prática de colocar os bebês em lugares inseguros para dormir aumentou durante períodos de doença. Além disso, essas mudanças continuaram mesmo após a recuperação. Isso é preocupante porque essas práticas elevam o risco de morte súbita infantil, também chamada de SUID, que inclui a síndrome da morte súbita do lactente, a conhecida SIDS.

    Em 2022, cerca de 3.700 bebês morreram devido a SUID, de acordo com estatísticas de saúde pública. Pesquisas realizadas durante várias décadas já mostraram que a adoção de práticas inseguras de sono está relacionada a SIDS e SUID. Este estudo, publicado na revista Pediatrics, destaca que a doença é um fator de risco relevante para SUID.

    Os cuidadores foram entrevistados sobre como costumam fazer seu bebê dormir e o que muda quando a criança está doente. Os resultados mostraram que a adesão às práticas seguras de sono, como colocar os bebês em berços, caiu de 61,8% para 48,1% durante a doença.

    Além disso, a porcentagem de cuidadores que informaram que os bebês dormiam em camas ou sofás aumentou de 56,5% antes da doença para 62,6% durante a mesma. Depois de um mês, essa taxa subiu para 75%. Os índices de compartilhamento de cama também cresceram, passando de 57,3% para 68,7% durante a doença, e chegando a 83,6% no acompanhamento de um mês.

    Muitos cuidadores relataram que mudaram seus hábitos de sono durante a doença, o que vai contra as recomendações de segurança. As mudanças mais comuns foram mais compartilhamento de cama, dormir em superfícies inadequadas e colocar os bebês de lado ou de barriga para baixo — práticas que não estão de acordo com as diretrizes da Academia Americana de Pediatria.

    O fato dessas alterações persistirem mesmo após a doença significa que é preciso fazer intervenções focadas para reforçar as práticas de sono seguras durante esses períodos. A Dra. Mary Beth Howard, que liderou o estudo, comenta que os pais costumam fazer essas mudanças para confortar e observar melhor seus bebês doentes. No entanto, essas mudanças aumentam os riscos de morte súbita e inesperada.

    A época do estudo coincide com o mês de conscientização sobre a Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SIDS), que ocorre em outubro. Esse é um momento oportuno para reforçar a importância de seguir as práticas de sono seguras para os bebês. As diretrizes incluem colocar os bebês para dormir de costas, sem cobertores, travesseiros ou bichinhos de pelúcia e optar por berços ou camas apropriadas.

    Além da Dra. Howard, outros especialistas contribuíram para essa pesquisa e incluem Leticia Ryan, Kevin Psoter, Barry Solomon, Milind Mutala, Sarah Ehrenberg, além de Rachel Moon, da Universidade da Virgínia.

    Os dados mostram que a saúde da criança é um modelo e que mudanças nas práticas podem ter efeitos diretos no bem-estar do bebê. É fundamental que os cuidadores mantenham sempre em mente as recomendações para evitar riscos.

    Em suma, cuidar da saúde dos bebês, especialmente quando estão doentes, é um desafio para muitos pais. Contudo, é crucial que eles não se desviem das diretrizes de sono seguro, mesmo que as mudanças sejam feitas com boas intenções. Informação e aviso são essenciais para proteger as crianças durante esses períodos vulneráveis.

    Portanto, ao perceber que o bebê está doente, busque maneiras seguras de atender às suas necessidades sem comprometer sua segurança durante o sono. A saúde do pequeno é prioridade e, para garantir isso, o cumprimento das recomendações de sono seguro deve ser mantido.

    Os pais devem lembrar que, mesmo em situações delicadas, é fundamental assegurar que a criança tenha um ambiente de sono seguro. Contar com apoio e buscar informações adequadas pode fazer toda a diferença.

    Essas orientações são uma forma de prevenir complicações que podem surgir, e é sempre bom refletir sobre como as pequenas mudanças nas rotinas podem impactar a saúde e o bem-estar dos bebês. Por isso, fique atento às recomendações e ajude outros a entender a importância do sono seguro.

    Na luta pela saúde e segurança das crianças, educação e conscientização são peças fundamentais desse quebra-cabeça. É um esforço que todos devem realizar para garantir um futuro mais seguro e saudável para os bebês brasileiros.

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